Numa nota enviada ao Blog, a atual direção da UPE em Petrolina mostra-se solidária às reivindicações dos estudantes que ocuparam as dependências da instituição, em protesto contra a PEC 241.
Confiram a íntegra da nota:
É fato que o Brasil vem passando por várias dificuldades no âmbito econômico e principalmente político. Os últimos três anos vêm sendo marcados por essa crise, que iniciou na economia e teve consequências políticas de primeira ordem. A gestão do Campus Petrolina desde 2014 sente esses efeitos, com a redução no repasse dos recursos em custeio e capital. A redução em 2014 foi na ordem de 30%, crescendo em 2015 e 2016, chegando a quase 50%. A Direção, em alguns momentos, tornou pública a situação, temendo o avançar da crise.
Nesse ínterim os alunos e docentes se manifestaram, exigindo melhoria na qualidade dos serviços prestados pelo Campus. Foi assim na exigência de Concurso Público para Docente, pactuado pelo Governo do Estado; na denúncia do modelo de contratação de professores convidados e na falta da assistência estudantil. Reconhecemos algumas conquistas e avanços, mas temos que destacar que pouca coisa foi modificada ao longo desse tempo.
Infelizmente, pelo escalonamento, nem todas as vagas para concurso de docentes foram preenchidas; não foi garantido concurso para servidores técnicos administrativos e os docentes convidados são selecionados no início de cada semestre letivo, prejudicando o efetivo cumprimento da carga horária destinada dos conteúdos de cada disciplina ministrada. Ademais, os decretos de contingenciamento, lançados pelo atual Governo do Estado, estão prejudicando o funcionamento do Campus. Fornecedores que prestam serviço para a Universidade não têm certeza do prazo do recebimento do pagamento pelos serviços prestados e/ou pelas mercadorias comercializadas. Existem pagamentos não efetuados desde agosto/setembro de 2015.
Essa situação de incerteza, vivenciada ainda no governo federal anterior e as recentes medidas que o atual governo se propõe a aprovar no Congresso Nacional, tais como a PEC 241, a Reforma do Ensino Médio e até mesmo o Projeto de Lei Proibitivo da Escola Sem Partido, motivaram um grupo de alunos a protestar ordeiramente, no movimento intitulado ‘ocUPE’. Os alunos já realizaram mais de duas assembleias e, na última segunda feira à noite, dia 17, ratificaram sua posição de continuar ocupando os espaços da Instituição.
As pautas que os alunos levantaram, além dos projetos que estão sendo apreciados pelo Congresso Nacional, também dizem respeito ao funcionamento interno do Campus e da Universidade de Pernambuco. A Gestão considera a pauta legítima e vem se reunindo com a Comissão Organizadora do Movimento, no sentido de dirimir quaisquer dúvidas sobre a administração dos recursos e a forma de buscar novos investimentos para áreas prioritárias: biblioteca, auditório, quadra poliesportiva, espaço de convivência entre outros.
Para dar um caráter mobilizador, várias atividades estão sendo realizadas no interior do Campus, tais como palestras, seminários, rodas de conversa, ações de limpeza e arte.
Os docentes, em reunião no mesmo dia da Assembleia dos alunos, também ratificaram seu apoio às ações que estão sendo desenvolvidas no Campus, colaborando, inclusive, com as atividades propostas pela organização. A ocupação está acontecendo de forma ordeira, sem depredação do espaço público, tão bem cuidado pelos alunos. Frases de ordem colocadas em paredes ou no chão não prejudicam o funcionamento da instituição. Afinal de contas, fazem parte do processo de mobilização e da memória reivindicadora.
A Gestão do Campus compreende que existem momentos da luta em que é preciso distender. Mesmo porque, muitas vezes para ser ouvido, é necessário sair do protesto silencioso para a batalha barulhenta. Por isso tem dado apoio ao movimento e buscado canais para a escuta com a Reitoria, que também já se dispôs a ouvir os reclames do segmento discente. Como diz o célebre Machado de Assis: “A vida sem luta é um mar morto no centro do organismo universal”.
Petrolina, 18 de outubro de 2016.
A Direção
Como não vai apoiar se o diretor mesmo e o chefe do departamento de história são os principais estimuladores de protestos, greves estudantis e outras idiotices? Perguntem a esses energúmenos se eles ao menos leram a lei…
Como pode tais pessoas ocuparem postos tão altos na educação (sic) superior brasileira?
Muito bom Guilherme!! Concordo esse diretor coloca a ideologia política acima da responsabilidade e do país. Agindo assim nunca seremos um país sério.