O diretor do Departamento de Tecnologia e Ciências Sociais (DTCS) da Universidade do Estado da Bahia (Uneb)/Campus Juazeiro, Jairton Fraga rebateu veementemente as críticas feitas pelos integrantes do Movimento ‘OcupaUneb’, de que teria voltado atrás na pauta de reivindicações apresentada pelos estudantes. Fraga deixa claro que em nenhum momento a direção se absteve do diálogo, atribuindo as críticas a “conotações políticas” por parte do movimento.

Confiram a íntegra da nota:

No dia 18.10.2016, os alunos do movimento intitulado “Ocupa UNEB” solicitaram a realização de uma reunião do Conselho Departamental do DTCS, a fim de que pudessem expor as razões pelas quais havia iniciado a ocupação das dependências do referido departamento.

Os estudantes foram atendidos, ouvidos e, em seguida, a Direção assinalou que algumas atividades do Departamento não poderiam sofrer interrupção, face a sua natureza essencial. Desse modo, um documento foi elaborado e entregue pelo Diretor e pelo Diretor Substituto aos representantes do referido movimento, ainda na noite do dia 18.10.2016, contendo, entre outros, uma lista de eventos e atividades já programadas e que, caso interrompidas, gerariam prejuízos à Universidade.

Na ocasião, fora solicitada urgência no tratamento das questões documentadas, que, entretanto, foram solenemente ignoradas pelo movimento. Frise-se: não houve qualquer comunicação sobre o desfecho das questões constantes no documento, objeto de interesse de todo o Departamento e passou-se a definir quem podia ou não entrar no DTCS impedindo-se a realização de algumas das atividades que foram listadas.

Posteriormente, o mesmo movimento solicitou uma reunião no formato perguntas e respostas, à qual a Direção aquiesceu. Os encontros foram realizados nos dias 31.10.2016, às 9h, no CAERDES, e no dia 01.11.2016, às 11h, no Auditório Tadeu Severino Pires, onde todas as questões foram apreciadas, respondidas e ficou estabelecido o compromisso de atendimento daquelas demandas cuja competência estivesse adstrita ao DTCS.

Entretanto, o conteúdo do documento minutado pelo movimento “Ocupa UNEB” sofreu modificações se comparado ao conteúdo debatido na reunião, incluindo-se na pauta questões que não haviam sido objeto de afirmação e por situações não inteiramente esclarecidas.

Sendo assim, o Diretor comunicou ao membro do movimento que estava fazendo a interlocução, por e-mail e por WhatsApp, da necessidade de modificações no texto e que, após análise e correções, seria feita a devolutiva, o que foi feito, tendo sido o documento encaminhado aos e-mails de Edilânia Pereira e para o discente que fez a interlocução com a direção, conhecido como Luís Almeida.

Não houve, em momento algum, negativa de diálogo por parte da Direção, tampouco omissão no encaminhamento de demandas que pudessem ser atendidas e fossem, por óbvio, responsabilidade da Direção do DTCS, até porque grande parte das reivindicações ali listadas já havia sido enviada pelo DALA ( Diretório Acadêmico Livre de Agronomia) em setembro de 2016 e estava sendo objeto de resolução quando o Governo da Bahia, unilateralmente, determinou o sequestro dos recursos das contas dos departamentos da Uneb a partir de 17/10/16, ficando o departamento sem financeiro para atender despesa de qualquer natureza.

Ocorre que o movimento “Ocupa UNEB” se nega a promover a assinatura conjunta do documento com os respectivos diretórios estudantis do Departamento, fato que tem impedido a formalização o acordo.

Os diretórios estudantis e centros acadêmicos gozam, por lei, de legitimidade para atuar como entidades representativas dos estudantes e se prestam a representar a comunidade estudantil e enviar solicitações da categoria para apreciação e negociar com as autoridades responsáveis, etc. Excluir tal grupo da subscrição de documento tão importante implica negar sua representatividade, bem como o voto de cada estudante que, legitimamente, elegeu um grupo para simbolizar suas demandas.

É preciso destacar que os estudantes têm o traço comum de buscar o atendimento de pautas para a melhoria da Universidade e que eventuais disparidades políticas ou ideológicas entre seus membros não podem servir de palanque para a criação falaciosa de teorias sobre o trabalho desta Administração. A assinatura do termo não se deu, até o momento, por pura falta de maturidade para o diálogo político que enfrenta o movimento. Isto se trata de diálogo e não monólogo, como infelizmente alguns querem, mas disfarçam em discursos populistas.

A Direção não pode ser responsabilizada por apoiar ou deixar de apoiar qualquer dos lados, já que a questão em xeque não pode ser definida por contornos ideológicos de pessoas que respondem pela Administração. Convicções pessoais não podem ser subterfúgio para o cometimento de arbitrariedades. É o que acredita esta Direção!

Assim, esta Direção não irá se posicionar sobre concepções individuais de membros, seja dos diretórios, seja do “Ocupa UNEB”, aguardando apenas que o consenso entre ambos a respeito das demandas estudantis seja celebrado através da assinatura do termo.

Curiosamente a retirada dos recursos financeiros da UNEB, determinada a partir de 17/10/16 pelo Governo do Estado da Bahia, sequer foi mencionada ou criticada. Por que será? O Estado da Bahia vem contingenciando recursos e reduzindo violentamente os investimentos na UNEB. E nem uma palavra, por que será?

Reafirmamos nossa postura de diálogo e aprovação do texto, desde que também, aprovado por todos os entes relacionados no documento (CADI, DALA, CABB, Movimento OCUPA Uneb, representantes das residências estudantis e Direção do Departamento), sem permitir que eventuais interesses obscuros de quaisquer lados prevaleçam sobre o bem estar de toda uma categoria estudantil, nem sempre interessada em debates ideológicos sobre posição política “A” ou “B”, mas em efetivas melhorias para seu Campus, seu curso e suas atividades, interesse que converge com o desta Direção e que, esperamos, prevaleça através da assinatura conjunta do termo por todos os setores da representação estudantil.

Juazeiro, 05 de novembro de 2016

Prof.Jairton Fraga Araújo/Diretor do DTCS