Problemas associados à depressão afetam professores e preocupam Vale

por Carlos Britto // 29 de dezembro de 2009 às 19:32

100_4294Dos 4,5 mil professores da rede estadual em Petrolina, mais de 800 afastaram-se por problemas de saúde ligados à depressão. Os dados aterradores foram repassados pelo psicólogo e professor da Univasf, Darlindo Ferreira.

Em entrevista ontem (28) ao programa Carlos Britto no Ar (Grande Rio AM), o psicólogo informou que esses números são parte do projeto de conclusão de curso de uma estudante da universidade. As causas apontadas pela pesquisa, segundo Ferreira, são várias. Vão desde a violência dentro das salas de aula à falta de estímulo da profissão.

Outro número preocupante a respeito da região é o número de suicídios associados ao problema. Enquanto a média da Organização Mundial de Saúde (OMS) é de quatro suicídios para cada cem mil habitantes, por aqui esse número é quatro vezes mais – 16 suicídios para cada cem mil habitantes.

Problemas associados à depressão afetam professores e preocupam Vale

  1. galdino neto disse:

    A subvalorização da classe é um caso sério. Quantas pessoas terminam a licenciatura e debandam-se para outras áreas, através de concursos públicos, como forma de obter mais dignidade material? Exemplo: Um Técnico Judiciário do TRE, de nível médio, ganha R$ 4.500,00 mensais. Um professor, com licenciatura plena, na rede estadual, ganha em torno de R$ 900,00. Imaginem aí quantos talentosos professores deixarão as salas de aulas para assumirem uma vaga no Judiciário Federal? Embroa tendo um imenso respeito pelos professores, digo que eu faria o mesmo. Com contas a pagar, filhos a sustentar, custos com saúde, entre outros, não tem amor à profissão que guente… Conheço alguns professores que são alcoólatras. Não entendo nada de psicologia, mas chutaria que esse alcoolismo é fruto da de algum tipo de sofrimento. Só reforçando: Alcoolismo não é vagabundagem, é uma doença, reconhecida pela Organização Mundial de Saúde, que requer cuidados médicos, familiares e individuais. Como nossos educadores poderão ser um pilar emocional para nossas crianças e jovens se uma boa parte deles é que precisa de ajuda? Um grande amigo meu, professor mutíssimo competente, apaixonado pelo magistério, já me desabafou diversas vezes que se encontra estressado, esgotado, ao lidar com jovens cujos pais entregam à escola toda a missão de educar (escola ensina, quem educa é a família), jovens que chegam embriagados, drogados, nas salas de aula, e, ao chamar atenção dos pais, os pais querem é processar o professor… Que mundo é este no qual os pais abandonam moralmente os filhos? É preciso que a sociedade cobre mais da nossa classe política mais respeito a nossos mestres, que os Conselhos Tutelares, Promotorias e Juizados da Infância e Juventude, a Secretaria de Desenvolvimento Social, promova eventos no sentido de reunir os pais cobrar (não adianta mais orientar, é cobrar mesmo) deles mais responsabilidade para com os filhos… Os professores exercem a profissão mais importante de todas, pois que o professor prepara todos os outros futuros profissionais. Nem um médico, nem um advogado, nem um policial, nem um Juiz, nem um próprio professor, se torna tal, sem passar pelos ensinamentos de um professor. Eu adotei a minha professora do primário (antigo Fundamental I) como minha mãe simbólica. Hoje aposentada, todos os dias do seu aniversário, levo a ela ao menos uma flor. No dia do professor, nem que seja um presente dos mais simples. É o mínimo que posso dar a um professor como forma de gratidão, por ser, junto com meus pais, uma grande colaboradora da dignidade que hoje tenho. Obrigado a todos os professores por serem grandes colaboradores do desenvolvimento nacional. Àqueles que se encontrem deprimidos, peço a Deus que encontrem uma saída, um tratamento, pois que o Brasil precisa muito deles para continuar existindo como nação digna.

  2. Dignidade Urgente disse:

    Eu sou professora e pensei que entraria na estatística. Depois de 20 anos, não estou suportando tantas atividades. O governo de Pernambuco coloca toda a culpa do índice de não aprendizagem nas nossas costas e jogou atividades chatas e sem resultados positivos para os professores de Português e Matemática. Sei que não chegarei no final com saúde e terei uma terceira idade complicada. São tantas atividades e anotações, que não temos tempo de planejar nossas aulas e nem tempo de providenciar material didático, já que o governo não envia. O governo não assume as despesas, os pais são proibidos e os professores são obrigados a tirarem do seu bolso ou ficarem malucos tentando encontrar soluções no lixo, na reciclagem, na doação, na colaboração do aluno, etc… Eu não sei como vou conseguir completar 30 anos de serviços prestados à secretaria da educação. Só faltam 9 anos!!!!

  3. Fernando disse:

    Que o professor ganha mal, isso não é novidade. Pior, os nossos profissionais pernambucanos são os piores remunerados. Agora, essa história de licença médica tem que ser vista com uma visão crítica. É fato que com R$50,00 ou menos compra-se atestados médicos em qualquer esquina, e quem tem plano então… não tenho medo de queimar minha língua em afirma que mais de 50% dessas licenças não tem uma origem médica honesta. Pior, aqueles servidores que tem compromisso com o serviço público é quem tem que segurar a bronca. Assim tem que dar conta do seu serviço e daqueles que deixam seus colegas de trabalho na mão. Sim, a um salário justo aos professores; não aqueles que brincam de ser professores. Aqui em Petrolina, tem muito servidor assim.

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