Após alerta do governo de PE contra surto de caxumba, HDM/Imip adverte sobre os riscos da doença

por Carlos Britto // 13 de janeiro de 2017 às 17:00

Esta semana a Secretaria de Saúde de Pernambuco divulgou um boletim reforçando a importância da vacina tríplice viral como medida preventiva contra a caxumba – uma infecção viral aguda que afeta as glândulas parótidas, responsáveis pela produção da saliva e que ficam localizadas abaixo dos lóbulos das orelhas. Desde 2015 vêm sendo observados em todo o país surtos da doença, com os primeiros registros em Pernambuco datados do mês de maio do ano passado. Ao longo de 2016 foram notificados 76 surtos envolvendo 836 casos no estado.

De acordo com o setor de Doenças e Agravos da Secretaria Estadual, quanto mais rápida a comunicação, mais efetivas serão as medidas adotadas pelos municípios. Por isso, o setor de Pediatria do Hospital Dom Malan (HDM/Imip), em Petrolina, se antecipou e começou a informar à população as principais características da doença, visando a contribuir com a prevenção. “Às vezes o que as pessoas precisam é de informação, e nós não vamos pecar por essa falta de esclarecimento, até porque fazemos parte de uma rede de saúde e todos nós somos parceiros nesse sentido”, ressalta a pediatra, Dr.ª Fernanda Patrícia Novaes.

Considerada uma doença típica da infância, a caxumba também pode atingir pessoas de qualquer idade e evoluir com complicações graves como orquite (inflamação dos testículos), inflamação nos ovários, meningite viral e até encefalite (inflamação no cérebro). “Ela é mais comum na infância porque o sistema imunológico da criança ainda está em formação, mas ela pode acometer qualquer faixa etária. Geralmente, a caxumba provoca um aumento de volume bem característico próximo à mandíbula e ao ouvido, febre e dificuldade para mastigar. Nos casos leves e moderados, o paciente também pode apresentar dores no corpo, fadiga e perda de apetite”, acrescenta a pediatra.

Tratamento

Segundo Fernanda, o tratamento é sintomático (não havendo uma medicação específica). Aos primeiros sinais da doença a pessoa infectada deve procurar o posto de saúde, tendo que ficar em isolamento domiciliar para não disseminar o vírus. “Em geral, os sintomas são brandos e tratados com antitérmicos e analgésicos, devendo ser evitado o AAS. Repouso, hidratação e boa alimentação também são importantes aliados”, destaca. A contaminação da caxumba ocorre através de gotículas de saliva do doente, que se espalham pelo ar alcançando as vias aéreas de pessoas próximas. A única prevenção eficaz continua sendo a vacina, cuja primeira dose no calendário brasileiro está indicada aos 12 meses, com reforço aos 15 meses na forma da vacina tetraviral.

Uma vez infectada, a pessoa pode contaminar outras no período entre seis dias antes do início dos sintomas até cerca de 15 dias após. O período de incubação pode ser de 14 a 25 dias. “O momento não é de alarme, mas sim de atenção e reforço sobre a importância da vacinação. Estamos sempre atentos às doenças sazonais e ao surgimento de epidemias”, garante a médica.

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