Já se diz por aí que política é a arte do imponderável. E é, de fato. Mesmo com todos os ruídos de que o governador Paul Câmara não contempla o grupo do senador Fernando Bezerra Coelho (PSB) com espaços no Governo do Estado, Paulo e o prefeito Miguel Coelho (PSB) mostraram afinidade de verdadeiros partidários em Petrolina, na visita da última segunda (23) que o chefe do Executivo Estadual fez à maior cidade do Sertão.
Paulo está longe de ser um governador atencioso com Petrolina, mas não se sabe se já está em campanha, se veio afagar o grupo do senador, mas de fato os investimentos foram anunciados.
Em um passado muito próximo, o então prefeito Julio Lossio (PMDB) bateu de frente com o ex-governador Eduardo Campos e até com Paulo. Lossio marcou posição e sobreviveu como referência de oposição no Estado, mas Petrolina perdeu.
É claro que Miguel não deve estar satisfeito com a falta de espaço do seu grupo no Recife. É Coelho no sangue e na coragem, mas sabe que no início do governo e com o quase R$ 100 milhões em dívida que diz herdar da gestão passada, não pode se dar ao luxo de bater de frente e começar o governo de forma medíocre, sem nada de investimento. Acreditou-se muito no novo tempo que ele pregou na campanha e o atual prefeito sabe que não tem direito ao erro.
Se perguntarem a qualquer um dos atores dessa novela, todos vão jurar amor e paz nas relações, mas não se sabe se este será mesmo o final feliz que pregam.
O fato é que, apesar de toda quizila política, das tempestades em busca do voto ou do espaço, tem sempre a gente mais simples que confia o seu destino aos seus políticos e espera deles responsabilidade cívica e que cumpram o compromisso de cuidar da coisa pública e de sua gente.
Na política é assim: a gente vota, apoia e acredita, mas quando eles brigam, a gente prende a respiração.