A secretária de Cultura, Esportes e Turismo de Petrolina, Maria Elena Alencar, contestou o coordenador do Cortejo Afro, Antônio Matos (o ‘Toinho’), ao garantir que a prefeitura não se recusou a apoiar o desfile da agremiação, a qual tradicionalmente é parte da Festa de Momo na cidade.
“Não foi negado apoio ao Cortejo Afro. Nós apenas deixamos claro que iríamos apoiar a manifestação da mesmo forma que as outras atrações da festa, até porque não há tantos recursos e tivemos que direcionar da maneira que todos pudessem abrilhantar o nosso Carnaval. Mas não foi aceito e eles resolveram procurar vereadores da oposição antes de sentar com a gente“, atestou a secretária.
Para o coordenador do Cortejo Afro, a presença dos povos de terreiro em eventos como o Carnaval é um ato tradicional na cidade. Ele considerou “discriminatória” a forma como a atração foi tratada na montagem da grade de programação do evento, lançada na última quarta-feira, 15.
“O Corteja Afro vem apenas somar e embelezar a festa. Vem com um conceito de desmitificar o preconceito contra essa manifestação. É uma manifestação sem fins lucrativos. Não manter o Cortejo é mais uma forma de reforçar essa discriminação. Se a lei da vereadora Cristina Costa não nos dá garantia de custos para a apresentação, a lei da atual secretária e vereadora Maria Elena nos dá. Queremos abrir o diálogo com o prefeito Miguel Coelho para mostrar esse reconhecimento e a importância da presença do Cortejo na programação do Carnaval”, disse o coordenador.
Antônio Matos ainda frisou que caso não haja o diálogo com a prefeitura, poderá buscar o Ministério Público para fazer valer as leis que garantem a presença das manifestações culturais como o Cortejo Afro em eventos com recursos públicos do município. Se não houver consenso, essa deverá ser em 10 anos de Cortejo que a apresentação deixará de ser atração no Carnaval da maior cidade do Sertão.