Projeto do IF Sertão-PE/Zona Rural incentiva e orienta uso de plantas medicinais

por Carlos Britto // 31 de maio de 2017 às 17:42

 

O projeto “Plantas medicinais: Multiplicando Saúde”, desenvolvido no campus Petrolina Zona Rural do IF Sertão-PE, aborda a eficácia no uso desses desses elementos para a saúde e para o consumo, em forma de chás. A iniciativa tem a orientação da professora doutra Flávia Cartaxo, ao lado de estudantes de Agronomia da instituição. A lista dessas plantas é bem diversificada e conta com adeptos de todas as idades. Espécies como alecrim, hortelã, manjericão, erva-cidreira, malvão, capim-santo integram uma relação de 15 plantas que estão sendo cultivadas no horto do campus em Petrolina. O projeto começou há dois anos, com o objetivo de resgatar o uso das medicinais, valorizando o poder de seus princípios ativos, além de fazer a distribuição de mudas, implantação de hortas e informar à população sobre o uso adequado de cada uma delas.

“Muitas vezes a gente sente uma dor de cabeça e pensa logo numa farmácia, esquecendo de uma alternativa que poderia estar em nosso jardim, de fácil acesso. A implantação dessa horta medicinal veio como benefício para a gente, nosso próprio campus e para as comunidades ao redor”, afirmou Teonis Batista, aluna do projeto.

De acordo com Flávia Cartaxo, através do estudo já foram feitas distribuições de plantas medicinais em outros campi do IF Sertão-PE, além de assentamentos, escolas e creches de comunidades de Petrolina, Juazeiro e Casa Nova (essas duas últimas na Bahia).

“A gente distribui a muda e pode instalar a horta. Tem comunidades que ficam longe de postinho, que o médico demora a vir. Enquanto esse médico chega, tem medicinais que ajudam, baixam uma febre, diminuem os sintomas de uma gripe, aliviam o mal-estar. Até o médico chegar e consultar”, informou.

Renda extra

Nessas visitas a comunidades, o cultivo de medicinais também é apresentado ao pequeno produtor como uma fonte de renda alternativa, através de explicações sobre como fazer seu beneficiamento correto, como secagem, embalagem, agregando valor ao produto. Segundo a aluna Luana Santos, em alguns locais foi demonstrado ainda como aproveitar pequenos espaços para implantação de hortas.

“Em Juazeiro fizemos uma horta em garrafas pet. Se você não tem um jardim, um grande espaço, é possível se adequar ao que tem, não precisa deixar de fazer”, disse. O horto do projeto não faz uso de agrotóxico. Toda adubação utilizada é produzida no Centro Vocacional Tecnológico em Agroecologia (CVT) do campus, sendo o manejo todo orgânico. Segundo a professora, as medicinais geralmente não têm problemas de pragas porque algumas delas têm efeito repelente.

Flávia destaca ainda que a produção feita no campus, através do projeto, está acessível à comunidade. Em 2010, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) regulamentou o uso de 66 medicinais que têm relação com o uso popular. “Qualquer pessoa que quiser vir pedir mudas, qualquer comunidade, a gente faz a distribuição”, disse. A produção também é distribuída no campus Petrolina Zona Rural, juntamente com a orientação sobre o uso adequado de cada uma delas. (Foto: Ascom)

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