O capitão do Exército, José Roberto Pinho de Andrade Lima, 39 anos, escapou por pouco de ser uma das vítimas do terremoto no Haiti. Baiano de Senhor do Bonfim, o militar, residente no país, tinha a missão de ser o intérprete da médica e fundadora da Pastoral da Criança, Zélia Arns, que morreu no desastre, mas desistiu da tarefa por estar cansado.
O substituto do capitão estava acompanhando Arns no momento do terremoto e morreu com o impacto dos escombros.
De acordo com familiares do capitão José Roberto, ele está no Haiti desde junho de 2009 e permanece por mais um ano e meio. Eles afirmam que estiveram aflitos durante todo o tempo, mas foram acalmados três horas depois do desastre, após receberem um telefonema do próprio militar informando que estava bem.
Companheiros do blog,esta foi uma grande tragédia,estou sentindo muito com a dor dos nossos irmãos haitianos,só lembrando que a fundadora da pastoral da criança é Zilda Hrns,e não Zélia,esta mulher dedicou sua vida a servir as pessoas simples deste pais e do mundo,sobretudo as crianças,anós fica o exemplo a ser seguido o de servir sempre…
Correção da matéria de A TARDE do dia 14/01/2010
“Cansaço Salva Baiano” e “Cansaço Livra Baiano da Morte”
Finalmente, as duas horas da manha do dia 17/01/2010, foram enviadas as primeiras noticias por correio eletrônico pelo Capitão Jose Roberto, do Exercito Brasileiro, que se encontra o Haiti, fazendo parte da Missão das Nações Unidas, na função de interprete de Francês, chefe dos interpretes e oficial de gestão ambiental do Batalhão Brasileiro de Força de Paz (BRABAT). A telefonia e a internet finalmente estão sendo re-estabelecidas e as noticias começam a chegar com mais detalhes relatando as circunstancias deste trágico evento que vem sendo testemunhado pelos brasileiros que lá estão.
O Capitão Jose Roberto nos informou que a equipe do setor de tradução de Francês do Batalhão Brasileiro encontra-se bem, tendo alguns interpretes haitianos do dialeto creole sofrido perdas materiais e um deles sobrevivido com ferimentos leves ao desabamento que vitimou a Dra. Zilda Arns Neumann.
Na terceira semana deste ano o Cap. Jose Roberto estava programado para apoiar a fundadora da Pastoral da Criança durante os três dias (12, 13 e 14/01) de atividades na capital haitiana (Port-au-Prince) que envolveria palestra, encontro com religiosos e organizações não governamentais, reunião com entidades da área de saúde, lideranças comunitárias e o arcebispo da capital haitiana. Por solicitação de Dra. Zilda Arns, que queria um contato mais próximo com o povo haitiano, o Cap. Jose Roberto designou um interprete do dialeto creole para ela durante os três dias da sua visita. Sr. Lukner foi o intérprete designado e deveria participar de todas as atividades ao seu lado.
O Cap. Jose Roberto foi designado como interprete para apoiar uma missão conjunta do Batalhão Brasileiro com a Policia da ONU e a Policia Nacional do Haiti (PNH) que ocorreu no dia 12/01/2010 das 03 as 07 horas da manha. Por esta razão, o Tenente Strapazzon, também interprete de Francês da Missão das Nações Unidas, se voluntariou para substitui-lo na primeira atividade de Dra. Zilda Arns, que seria uma palestra para seminaristas no Centro de Formação de Religiosos (CEFOR). O Cap. Jose Roberto acompanharia a Dra Zilda Arns nos próximos dois dias, integralmente.
Após a palestra no CEFOR, no final da tarde do dia 12/01, a Dra Zilda Arns se despediu do Ten. Strapazzon e ficou conversando com alguns seminaristas junto ao interpretes de creole, Sr. Lukner. Foi neste momento que ocorreu o grande abalo sísmico, e destroços do teto do local do evento caíram sobre a Dra. Zilda Arns e o Sr. Lukner. O intérprete conseguiu se desvencilhar dos destroços e saiu do prédio, sendo socorrido pelo Ten. Strapazzon e dois outros militares que estavam a alguns metros de distancia, na parte externa do prédio. A religiosa que acompanhava Dra. Zilda Arns, sua secretaria, Irmã Rosangela, também sobreviveu ao trágico evento, com ferimentos leves. Os militares e os outros sobreviventes atravessaram ruas com muitos escombros e feridos, por quase cinco horas, conseguindo finalmente chegar a Base Militar Brasileira.
O jovem Tenente Bruno Ribeiro Mário, que foi vitimado pelo grande sismo do Haiti encontrava-se em local totalmente diferente da Dra. Zilda Arns. Ele era um militar de carreira formado pela Academia Militar das Agulhas Negras e não integrava a equipe de tradutores–intérpretes do Batalhão Brasileiro de Forca de Paz, como foi anunciado na primeira pagina e na matéria publicada na pagina A6 de A Tarde no dia 14/01/2010.