Apreensiva quanto à possível construção de um shopping popular numa área pertencente à Diocese de Petrolina, nas imediações do palácio episcopal, Centro da cidade, a vereadora Cristina Costa (PT) municiou-se de todas as informações possíveis antes de entrar na polêmica, que marcou a sessão plenária desta terça-feira (22) na Casa Plínio Amorim.
Um ponto que chamou a atenção da vereadora foi o fato de não ter constatado, nos vários documentos aos quais teve acesso, o contrato firmado entre o Clero de Petrolina e a empresa que construirá o empreendimento – a Box Park Administração e Participação Ltda. Cristina sugeriu evitar conotações políticas acerca do assunto porque, segundo ela, tanto a gestão passada quanto a atual têm sua parcela de responsabilidade.
Ao contrário do que havia informado o vereador Ronaldo Cancão (PTB), ela disse que a atual gestão do prefeito Miguel Coelho (PSB) concedeu as licenças para tirar a obra do papel. Mas, de fato, ela lembrou que já havia um pré-projeto para a construção do shopping desde a gestão de Julio Lossio (PMDB). Pelo que se inteirou, Cristina disse que a proposta foi readequada para atender a itens como estacionamento, ventilação, restaurante e um número menor de boxes naquela área.
Cautelosa, a vereadora justificou a realização da audiência por conta de detalhes que precisam ser considerados, dentro do que reza a Lei do Estatuto das Cidades, de 2001. “Por ali ser um patrimônio público (a Diocese), é preciso analisar o impacto que causará na vizinhança e na vida dos transeuntes, motociclistas e motoristas”, analisou Cristina, que disse estar cobrando detalhes do projeto à atual administração, à Diocese, ao Cartório de Registros e aos órgãos fiscalizadores. A intenção da vereadora é analisar se a obra não irá também de encontro a outras leis vigentes no município.
Saída de Dom Manoel
Cristina disse ter tomado conhecimento de que teria havido pressão, tanto de representantes do Clero quanto da empresa, no sentido de a prefeitura liberar as licenças para a construção do shopping – as quais foram emitidas no dia 23 de maio deste ano. Ela também acredita que esse foi o ponto crucial para a saída, antes do tempo previsto, do bispo Dom Manoel dos Reis de Farias da Diocese. Segundo informações de bastidores, o bispo emérito também não concordava com o projeto, mas estaria sendo compelido pelo Clero local a aceitá-lo. Cristina, porém, preferiu não dar mais detalhes sobre esse assunto.
A vereadora argumentou ainda que a audiência seria uma forma de a Câmara Municipal participar dessa discussão, já que – segundo ela – ainda não é um consenso, nem os vereadores foram provocados. Cristina frisou que também é preciso levar em conta que a cidade aguarda um novo bispo, o qual chegará em meio a essa celeuma, e é necessário deixar tudo às claras.
As lojas do shopping popular funcionarão em sistema de concessão, por cinco anos. Os interessados por um dos 107 boxes que integram o complexo terão de desembolsar um sinal de R$ 18 mil, enquanto os aluguéis vão variar entre R$ 600,00 e R$ 1.500,00. Para Cristina, é importante saber quanto a igreja irá receber e como irá investir. “A gente sabe que não foi uma venda, mas uma cedência, um arrendamento. Mas é importante que aquele patrimônio não saia das mãos da igreja, porque nenhum empresário faz um investimento de alto custo em vão”, finalizou.
em tempo de crise!!!!! pra que este shopping??????
Oxe, petista preocupado com temas cristãos? Logo eles que massacraram o cristianismo durante 15 anos?
Gostei Vereadora!! Este trabalho é papel de vocês, partidos não importam e religião muito menos. Trata-se de Patrimônio Histórico que pertence ao Povo! Lembro que os Nobres Vereadores poderiam também cuidar dos espaços públicos destinados a praças e pequenos parques que estão sendo tomados por galpões e outras construções, não sei por que estão permitindo vender, são áreas públicas, sempre foram, a exemplo dos espaços que à época de venda dos loteamentos destinavam-se a praças, parques infantis, academias abertas e áreas para lazer da população dos bairros Cohab V e VI e Distrito Industrial. Este local fica no limite do Distrito Industrial, Cohab V, VI, Rio Claro, Rio Corrente. Antes uma avenida que seria dupla, hoje é um corredor estreito e quase sem acostamento por conta da falta de fiscalização da Prefeitura que permite que invadam as áreas destinadas à construção de itens para o bem comum da comunidade. Na frente da Rodoviária, na Avenida Nilo Coelho, estão construindo vários armazéns. Vários pontos de venda de veículos colocam os carros que estão à venda estacionados na avenida Nilo Coelho e Av. Honorato Viana e ninguém diz absolutamente nada.