O ano de 2017 foi violento em Juazeiro (BA), inclusive com um aumento considerável na taxa de feminicídios. De acordo com a Polícia Civil (PC), foram registrados seis casos de mulheres assassinadas por seus companheiros ou ex-companheiros. A taxa é bem maior se comparada aos dois anos anteriores, quando foram registrados dois feminicídios na cidade.

O feminicídio é a expressão fatal das diversas violências que podem atingir as mulheres em sociedades marcadas pela desigualdade de poder entre os gêneros masculino e feminino e por construções históricas, culturais, econômicas, políticas e sociais discriminatórias.

Entre esses seis casos, dois bem distintos, mas com as mesmas características: sentimento de posse por parte dos assassinos. Layse dos Santos Silva, de 20 anos, foi morta a tiros pelo ex-companheiro Cleber Araújo, de 38 anos. O fato aconteceu no mês de junho, no Bairro Itaberaba. Cleber foi julgado e condenado a quase 24 anos de prisão.

Já Marineuza Ferreira Costa, de 54 anos, foi morta com vários golpes de faca após uma discussão com seu marido, Djair Silva da Costa, de 55 anos. O crime aconteceu em outubro, no Bairro Olarias. Segundo a família da vítima, Djair já tinha um histórico de violência e sempre batia na mulher. Ele foi julgado e condenado a 19 anos de prisão.

Rede de proteção

Vale frisar que Juazeiro conta, hoje, com uma rede de proteção ao público feminino, que inclui, além da Delegacia da Mulher (DEAM), a Ronda Maria da Penha (da Polícia Militar) e o Centro Integrado de Atendimento a Mulher (CIAM). A Polícia chama atenção para as denúncias. Todas as mulheres têm seus direitos garantidos e não devem ficar caladas.

Este ano 1.110 Boletins de Ocorrência (BO) foram registrados na Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (DEAM) de Juazeiro. As vítimas podem ligar para a DEAM, através do telefone (74) 3613-8313. Já o telefone da Ronda Maria da Penha é o (74) 98819-3197 e o CIAM atende pelo 3614-2028.