A triagem neonatal, popularmente conhecida como “Teste do Pezinho”, é um exame obrigatório feito a partir de sangue coletado do calcanhar do bebê. Ele permite identificar doenças várias doenças. Para a pediatra Márcia Rosana Moreira Melo, é importante fazer o Teste do Pezinho em todos os recém-nascidos, uma vez que as doenças identificadas pelo exame não apresentam sintomas ao nascimento e, se não forem tratadas cedo, podem levar à deficiência intelectual e causar sérios prejuízos para a qualidade de vida da criança.
Acompanhem:
O teste do pezinho é um exame obrigatório para o recém-nascido, que deve ser realizado após as primeiras 48 horas de vida. Deve ser colhido em todo recém-nascido com 3 a 5 dias de vida, de preferência no 3º dia. Apesar dele poder ser realizado mais tardiamente, é de extrema importância a divulgação para o público o período ideal de coleta do exame, evitando assim que muitas crianças percam o período de diagnóstico e tratamento precoces e não se beneficiem da prevenção de sequelas, principalmente neurológicas, que é o objetivo do teste.
No caso de crianças prematuras (idade gestacional 37 semanas), a coleta de sangue deve ser realizada preferencialmente no final da 1ª semana de vida. Para estas crianças, o teste deve também ser repetido quando elas completam 1 mês de vida, o que será comunicado no resultado de exame da 1ª coleta.
Com uma pequena picada no calcanhar, é possível encontrar várias doenças e tratá-las a tempo, antes que elas afetem o desenvolvimento do bebê.
Em que consiste?
O teste consiste em obter e analisar uma amostra de sangue do recém-nascido, a fim de detectar doenças metabólicas, infecciosas, congênitas e/ou genéticas. Deve ser realizado após 48 horas de vida, para que não seja influenciado pelo metabolismo da mãe.
Além disso, o bebê precisa se alimentar antes da coleta.
O Teste do pezinho do SUS, Também conhecido como triagem básica, é obrigatório e gratuito, disponível em todos os Estados.
Pode detectar 6 doenças:
-Hipotireoidismo congênito;
-Fenilcetonúria;
-Anemia Falciforme;
-Deficiência de Biotinidase;
-Fibrose Cística;
-Hiperplasia Adrenal Congênita;
Existem outros testes mais abrangentes que detectam um número maior de doenças, mas só particular ou convênios (planos de saúde).
Como é feito?
É realizada uma punção com uma lanceta, um tipo de agulha especial que perfura a superfície do calcanhar. Devido à grande vascularização do local, o sangue flui com facilidade, possibilitando a realização do exame.
Dicas para diminuir a dor:
Os bebes sentem menos dor e choram menos quando ficam na posição canguru, sendo amamentados pela mãe e usando apenas fralda. Esse procedimento deve ser iniciado 3 minutos antes da coleta e durar até 3 minutos após a coleta.
Teste no braço:
Alguns hospitais realizam o teste no braço do bebê, pois dói menos e não deixa marca roxa no calcanhar. Os dois testes têm a mesma eficácia.
Por que fazer o teste?
O teste é obrigatório e deve ser realizado para prevenir complicações de doenças que, no nascimento da criança, são assintomáticas.
Se essas doenças não forem diagnosticadas e tratadas com antecedência, a criança estará suscetível a inúmeros problemas, que podem ser graves e irreversíveis.
Outros tipos de testes:
Além do teste básico, existem exames que podem ser feitos particulares ou convênios, que podem detectar um número maior de doenças.
Exemplos:
Mais: 10 doenças;
Ampliado: 20 doenças;
Plus: 23 doenças;
Master: 28 doenças;
Expandido: 46 doenças;
Super: 48 doenças;
Completo: Mais de 50 doenças rastreadas.
Para determinar o teste mais adequado, o médico costuma avaliar como foi a gestação, quais doenças costumam afetar a população da sua região e o histórico familiar do bebê.
Resultados:
Pode demorar uma semana ou até um mês para ficar pronto.
Existem dois tipos de resultado: Normal ou Alterado.
Algumas Doenças detectáveis:
Fenilcetonúria;
Galactosemia;
Hipotireoidismo congênito;
Hiperplasia Adrenal Congênita;
Fibrose Cística;
Deficiência de Biotinidase;
Toxoplasmose Congênita;
Deficiência de G6PD;
Rubéola Congênita;
Anemia Falciforme;
Doença de Chagas.
Marcia Rosana Moreira Melo/ Pediatra /CRM-PE 8498/CRM-BA 23339/Pós-graduada em Pediatria Ambulatorial pelo IMIP e em Neonatologia /Cursando pós-graduação em urgência e Emergia em Pediatria e Neonatologia pelo IBCMED /Atende na Prontoped pela Unimed.