Em artigo enviado a este Blog, o professor Esmeraldo Lopes enaltece o projeto de lei que cria em Petrolina o Programa Escola sem Partido, de autoria do vereador Osinaldo Souza (PTB), aprovado recentemente pela Casa Plínio Amorim.
Confiram:
Raríssimas vezes, infelizmente, surgem motivos para que possamos elogiar posturas e parabenizar atos daqueles que, por motivo de escolha popular, encontrem-se investidos em cargos públicos. O comum é que se afundem nas águas mansas do leito da lagoa do clientelismo, dediquem-se a atendimento de demandas pessoais; a resolução de questiúnculas, como calçamento e limpeza da rua essa, da rua aquela, reparação de algum buraco em via pública; a apresentar indicações que nunca e jamais serão acolhidas, com fito único de mostrar trabalho a idiotas; a fazer proposição de projetos mirabolantes, irrealizáveis ou realizáveis, mas inviáveis em vista da realidade local e contexto social, político e econômico.
E assim o presumível mandatário posa em simpatia, não se conflita com ninguém e, quando o faz, faz em vista de arregimentação de eleitores, de triunfo pessoal traduzido em votos ou em glória de bolso ou em enchimento de vaidade vazia. E, enquanto o mandatário gasta seu mandato em questiúnculas como as exemplificadas aqui, as questões verdadeiramente políticas são relegadas ao abandono, à indiferença e, intocadas, dormitam ocultas. E eis que assim cada cidade, cada Estado e, por fim, o país inteiro toma o rumo da catástrofe. Mas, felizmente, no seio dessa seara de desgraças, desponta, aqui e ali, um gesto nobre, como o de V. Ex., ao apresentar à Câmara de Vereadores de Petrolina o Projeto Escola Sem Partido.
A simples apresentação de Projeto como esse implica afloramento de problema e sua discussão, enfrentamento de questão verdadeiramente política. E as ideias e proposições trazidas por discussão política, por enfrentamento de problema verdadeiramente político, entram na sala de cada cidadão, vão ao quarto de cada casa, zoam na cabeça das pessoas, agitam o pensamento social e circulam pela rua.
Aí surgem debates, confrontos, incompatibilidades e assiste-se ao nascimento de conflitos e, com isso, nutrição da política. Evidentemente que o proponente do Projeto alvo do debate, como tem acontecido com V. Exa., atrairá a ira dos adversários. E estes logo, logo se transformarão em inimigos mortais. E assim o protagonista perde a comodidade de vida indiferente, o abraço gracioso, o aplauso fácil e a vaidade fica ferida. Entretanto, a postura verdadeiramente cidadã foi praticada e produzirá consequências para além, para muito além da pequenez do momento e da mediocridade dos adversários.
Onde reside a nobreza do Projeto apresentado por V. Exa. e do movimento Escola Sem Partido? Fui professor do ensino médio e do ensino superior, por 30 anos, inclusive com larga atuação em Petrolina – 1982 a 2009. E, por isso, posso falar. Nos últimos tempos as escolas foram transformadas em campos de doutrinação ideológica de incautos. Na concretização dessa doutrinação, professores, na verdade, impostores, pseudoprofessores, utilizam seus cargos e ocupam os horários destinados às aulas para impor aos estudantes visão e aceitação de pensamento e práticas de esquerda; pontos de vista de minorias e refutação de tudo o que julgam politicamente correto, adequado, justo, verdadeiro.
Transformam-se assim em messias de verdades inabaláveis, defensores do universo, soldados do pensamento único, não obstante tragam molhados com suas salivas as expressões: liberdade de expressão, liberdade democrática, pluralidade de ideias. Os estudantes que reagem recusando e questionam a prática e os dizeres desses pseudoprofessores, desses impostores, são, ora sub-repticiamente ora abruptamente, discriminados, ridicularizados, menorizados, escanteados, até reprovados e não encontram nem respeito e nem espaço para o seu existir autônomo.
E para se verem livres desses ataques, esses estudantes calam, fingem concordância verbal ou por escrito, em discussões, provas e trabalhos individuais e em grupo. E assim reproduzem piado por piado o piado do impostor, do pseudoprofessor, – que no meu ponto de vista não passa de um tipo de estuprador de mentes, tipo de ser abjeto, mais canalha entre os canalhas.
E todo o proceder desses estupradores de mentes, desses pseudoprofessores, se desenrola às claras, à vista de diretores, ao alcance dos ouvidos e dos olhos de coordenadores e dos membros daquilo que deveria ser corpo pedagógico – todos cúmplices, omissos, também pseudos, incorrentes na mesma modalidade de estupro, de crime. Os pseudoprofessores, não obedecem os programas, impõem conteúdos e material pedagógico completamente inapropriados – por serem doutrinários – e nem de longe atentam para a adoção de práticas disciplinares, para o desenvolvimento intelectual e cultivo da autonomia dos estudantes. E tudo isso em nome de uma rotulada ‘consciência crítica”, que no entender deles alcança plenitude quando os estudantes aprendem a piar o piado que eles, os pseudopressores, piam.
E mais grave: agora deram para combater os valores que fundam a família, o cristianismo, a sociedade judaico-cristã, enfim, a sociedade ocidental. E para completar, querem impor a ideologia de gênero nas escolas e obrigar a todos os estudantes a concordarem com práticas homossexuais, bissexuais…aceitá-las e também as vivenciarem.
Pelo dito, parabenizo V.Exa. pela apresentação do Projeto Escola Sem Partido, e me congratulo com todos os vereadores de Petrolina que o apoiaram. Espero que o prefeito, em atitude de respeito ao povo petrolinense, o sancione sem titubeação.
Recife, em 30 de junho de 2018
Esmeraldo Lopes/Professor, Sociólogo, Escritor
Eu honestamente credito esse artigo de Esmeraldo a um avançado estado de senilidade. Fui seu aluno na Escola Técnica no início dos anos 90 e ele representou uma espécie de epifania no meu pensamento crítico. Aliás, a bem da verdade foi ele o primeiro a me apresentar Marx. Causa-me, realmente, espécie ler tantas estultices juntas num só texto. Tenho uma mãe que é professora da rede pública de ensino há 39 anos e não me lembro de ouvir, nem de longe, um quadro desses que Esmeraldo tenta pintar. Pois é, razão Tima D. Helder: É preciso aprender com o vinho, envelhecer sem virar vinagre.
Excelente texto! De fato, há muitos motivos para parabenizarmos a iniciativa desse vereador. Há um clamor popular, ainda que silencioso, pela aprovação desse projeto. Basicamente, quem é contra o Escola sem partido é porque concorda que o professor tem o direito de doutrinar seus alunos segundo suas convicções ideológicas, na maioria das vezes atrelado a algum partido político, valendo-se, pra isso de sua posição de autoridade na sala de aula, e da condição de vulnerabilidade de seus alunos. Já repararam quem são os contrários ao projeto? São exatamente aqueles que ao longo dos anos têm doutrinando implacavelmente uma legião de estudantes, arregimentando mais e mais jovens pra sua causa espúria. E não pára por aí, o “Escola sem partido” é apenas a ponta do iceberg de algo mais profundo. A doutrinação está também nos livros, nas matérias ensinadas e nas disciplinas impostas, cujas ideologias politico-partidária daquele grupo estão cada vez mais presentes. Inclusive, uma dessas pseudo-professora, filiada ao PC do B, comparou o referido projeto ao AI-5; ora, AI-5 é justamente o que ocorre com o modelo atual, que o escola sem partido quer acabar.
Está correto chega de fazer política em sala de aula, e também tem que aprovar uma lei chamada “escola sem religião”, já que essa doutrina os alunos sobre algo que não há prova de que exista, alienando-os. Em vez disso se ensinaria filosofia!
Concordo! Que seja aprovada a lei chamada “escola sem religião” e que as escolas coloquem cartazes com as 1.305.049 religiões existentes no mundo e no final os dizeres: “você é livre para escolher uma dessas”. Aaaaaahh mais esse projeto não passa, não é Dr. Osinaldo??????
Aqueles que se dizem de esquerda costumam apresentar uma característica que os identifica: por falta de argumentos, desqualificam os seus oponentes. É o que faz esse Fernando Barbosa – duvido que esse seja o seu verdadeiro nome – quando diz que o professor Esmeraldo se põe contra a doutrinação nas escolas por estar em “avançado estado de senilidade”. Isso significa dizer que as pessoas, com o passar do tempo, perdem a capacidade de pensar? Tornam-se decrépitas? É isso mesmo? Interessante notar a carga de preconceito contra os mais velhos contida nessa expressão! Além disso, o desrespeito com que trata aquele que um dia, ele mesmo diz, foi seu professor.
Esses esquerdistas se acham os donos da verdade, se alguém resolve contestar essas “verdades”, não importa a autoridade desse alguém no assunto, é logo desqualificado. É o ódio do bem!