Assim descreve o jornalista da área de aviação e escritor do Recife (PE), João Tércio Solano Lopes, acerca de um registro fotográfico que fez da Vila Mocó, área central de Petrolina, ainda no início dos anos 80. Quanta diferença para hoje, né?
Boa leitura:
Era o início de 1980, uma radiosa manhã de sexta-feira, quando sobrevoávamos a bela cidade de Petrolina. Uma fisionomia única entre as cidades brasileiras, cortada por largas ruas e avenidas a margem do Rio São Francisco, cuja Ponte Presidente Eurico Gaspar Dutra, que liga Juazeiro (BA), traduz um encanto e beleza todo especial da cidade. Enquanto isso, o altímetro da nossa aeronave marcava dois mil pés, justamente sobre os céus do pequeno bairro de Vila Mocó.
O avião, um bimotor Sêneca 2 de prefixo PP-EGU, pertencente ao Governo de Pernambuco, comandado pelo meu velho amigo, o saudoso Edgard Gama Peixoto, popularmente conhecido por Gato. Íamos pousar no Aeroporto Internacional Senador Nilo Coelho em Petrolina, a serviço de reportagem do Palácio do Governo, onde eu exercia a função de jornalista.
Naquela ocasião, nenhuma formação de nuvens havia para dificultar o voo, tampouco interferir numa boa imagem fotográfica daquele bairro em que cruzávamos. No momento em que o piloto Gato preparava a intercessão para o pouso, apontou-me o polegar direito indicando que inclinaria a asa direita do avião. Enquanto isso, com a câmera Nikon no ponto, cliquei algumas vezes o Draive. Não tardei a obter belíssimas fotos.
Como não se trata de segredo, explico a razão da qual consegui boas imagens. Na verdade, para obter o excelente efeito dessas fotos através da janela do avião, embora com o imenso reflexo do vidro, usei bastante profundidade, de foco. Daí então o próprio sol encarregou-se de uma iluminação perfeita, fazendo com que me proporcionasse uma bonita e criativa foto do bairro. Tendo como cenário principal o Estádio Municipal Rural de Petrolina e adjacências.
Na época, pelo aspecto, o bairro era pouco populoso. Apenas destacava-se o campo de futebol e algumas faixas demarcadas por áreas geométricas do terreno, para futuros moradores. Portanto, não é por um acaso que o provérbio diz: “Uma imagem fala mais que mil palavras”. Isso mesmo, veja a foto. Imagine hoje, o tamanho do bairro, ou Vila Mocó, em relação a 38 anos passados, como desenvolveu!
“Mocó”, nome popular de um animal roedor da família dos Cavídeos, gênero Keredon. Atualmente, a Vila Mocó inclui-se entre os 46 bairros de Petrolina. Por exemplo, possui 31 endereços, 31 CEPs, 83 empresas, 3 supermercados, revendedores e concessionárias de veículos, 2 lojas de peças e serviços para carros, 2 hotéis e outros estabelecimentos comerciais. Conforme o Censo de 2010, hoje os habitantes de Vila Mocó são distribuídos da seguinte forma: entre homens e mulheres a população masculina representa 2.322 mil habitantes, e a população feminina 2.822 mil habitantes. Enfim, hoje a Vila Mocó é um bairro que cresceu substancialmente ao longo de três décadas.
Um detalhe: Gato, o comandante desse avião citado nesse voo, eu cito em livros duas narrativas que ocorreram com o mesmo aí em Petrolina. Você lendo jamais deixaria de rir pela inédita façanha que passou-se conosco nesse voo. As pessoas mais idosas devem recordar esses fatos…
João Tércio Solano Lopes/Jornalista da área de aviação e Escritor
Carlos Britto, você “estragou” a foto histórica com o logotipo de seu blog. Explico-lhe. Muitos petrolinenses, como eu, são coleccionadores de fotos antigas de Petrolina. Pedimos, portanto, que mude a foto, desta vez sem o mencionado logotipo, para alegria dos amantes desta cidade.
Concordo, sinceramente é de muito mau gosto fazer isso. Foi carlos britto que tirou a foto? Não? Então pra quê o logotipo?