Um usuário do Serviço de Atendimento ao Cidadão (SAC) enviou e-mail a este Blog reclamando de “desorganização institucional” no local.

Acompanhem o e-mail de Marcelo Augusto Sousa Andrade:

Peço a sua ajuda para denunciar um processo de desorganização institucional que vem acontecendo no SAC Juazeiro e que vem pessoalizando os usuários dos serviços ofertados. Eu, assim como muitas outras pessoas, tento há um bom tempo renovar minha identidade. Para isso, acordo bem cedo e vou enfrentar a fila no shopping de Juazeiro.

Acontece que fui surpreendido com a seguinte situação: são criadas duas filas, uma  preferencial e outra comum. Na distribuição de senhas, um total de cinquenta, primeiro são dadas todas para os preferenciais e, caso sobre alguma, estas serão destinadas às pessoas que não se encaixam no referido quesito preferência. Em seguida, eles são colocados em uma fila única, as prioridades na frente dos demais.

Em qualquer instituição particular ou pública, seja em lojas lotéricas ou em bancos e demais órgãos governamentais, são criadas, no mínimo, duas filas, com dois caixas que atendem exclusivamente os dois grupos de pessoas: uma para os preferenciais e outra para o restante da população. Acontece que lá todas são dadas para os preferenciais, que são colocados na nossa frente, e o restante para os demais, caso venha a sobrar alguma. Ocorre que, mesmo madrugando e esperando o shopping abrir às 8h30, não se tem a garantia de que você vai conseguir o atendimento, valendo a máxima: os primeiros são os últimos e os últimos são os primeiros! Para piorar a situação, a gerente entende que qualquer criança de até 16 anos de idade pode ficar na fila preferencial, contrariando a lei da acessibilidade que diz:

“A Lei nº 10.048/00: Art 1 – “As pessoas portadoras de deficiência, os idosos com idade igual ou superior a 60 (sessenta) anos, as gestantes, as lactantes e as PESSOAS ACOMPANHAS DE CRIANÇA DE COLO terão atendimento prioritário, nos termos desta lei”.

Essa situação vem levando muitos a tentarem, sem sucesso, renovar sua identidade (sendo muito comum encontrar pessoas que madrugaram até três vezes no referido órgão), haja vista que o mesmo estruturou o atendimento só para as prioridades e para aqueles que eles entendem como prioridades, renegando o restante da população a uma eventual sorte. Foi ventilado entre os hoje já conhecidos colegas de fila que, depois de várias tentativas frustradas, passaram a “trazer crianças emprestadas”, visando a encontrar a tão sonhada chance de ser atendido. Mesmo diante de vários protestos, nada é feito e os administradores se eximem de resolver a problemática, alegando que a ordem ou desordem vem de uma estrutura superior, sem especificar qual é, e informam que eles não podem fazer nada!  

O que foi dito é facilmente constatado todas as manhãs, já que a maioria madruga no referido local. Hoje, um dos poucos atendidos chegaram às 2 da manhã! A outra fila que possui crianças de colo, idosos, deficientes e crianças de até 16 anos começa a se formar na hora do atendimento, posto que a população começou a se organizar em cima da desorganização: para que madrugar, já que basta ir com qualquer criança que passará facilmente na frente dos demais?!

Eu e os demais colegas não somos contra o exercício do direito das pessoas com prioridade. Somos contra a desorganização que ataca diariamente direitos coletivos do restante da população, e que é de fácil solução.

Para o órgão eu faço a seguinte pergunta: Por que não separar um caixa exclusivo para as prioridades e um exclusivo para os demais, agilizando o atendimento? Mesmo colocando as prioridades na frente dos demais, por que não colocar um número x de fichas para as prioridades e um número Y para os demais atendimentos?

Quando foi inaugurado o SAC Juazeiro, o governador Rui Costa fez a seguinte declaração: “A unidade vai oferecer mais dignidade, conforto e facilidade de acesso, reunindo em um espaço maior órgão de cidadania, inclusive do município, para melhor atender a população. É bom destacar que, além de melhorar os serviços prestados, os atendimentos serão ampliados nesta nova sede”. Sinto muito, governador, mas esse objetivo está muito longe da realidade.

Conto com seu apoio na busca de uma resolução para essa problemática. Desde já, obrigado pela atenção e pelo apoio.

Marcelo Augusto Sousa Andrade/Leitor