Neste artigo, o leitor Antonio Carlos Hencsey destaca o papel fundamental que as empresas precisam assumir na luta contra o preconceito e em busca de igualdade entre mulheres e homens no ambiente de trabalho.
Boa leitura:
Bombons, buquê de rosas e outros presentes permeiam o dia da mulher na maioria das empresas, mas frente ao movimento histórico que estamos vivendo, com estatísticas alarmantes de diversos tipos de violência contra a mulher dentro e fora do ambiente de trabalho, a comemoração corporativa deveria ser diferente. A criação do Dia Internacional da Mulher, motivado e alimentado por lutas históricas rumo à igualdade, tem relação direta com o ambiente corporativo e, por isso, cabe também às organizações, como microcosmo importante da sociedade, atuar diretamente na vociferação e cumprimento desta causa.
Para que isso de fato aconteça, alguns passos devem obrigatoriamente ser dados iniciando com a alta administração da empresa arregaçando as mangas e abordando o tema de maneira aberta e legítima. A única forma de se eliminar o preconceito instalado na cultura corporativa, modificando estruturalmente o papel da mulher no ambiente de trabalho, é através de um interesse real daqueles que conduzem os valores organizacionais.
O segundo passo é uma revisão geral dos pontos onde existe a distinção entre mulheres e homens. Salários, desenvolvimento e crescimento profissional, destaque organizacional, respeito nas relações…a empresa precisa estar pronta para mostrar que esse tema é sério e não deve ser encarado como um modismo ou uma propaganda enganosa.
O terceiro passo é a realização de treinamentos e discussões sólidas com todos os colaboradores, homens e mulheres, sobre respeito e igualdade. Temas como prevenção ao assédio sexual e moral, preconceito e micromachismo, além de respeito, são fundamentais. Deve-se também, nestes momentos, fortalecer a mensagem de que o inimigo da igualdade não é exclusivamente o homem, e sim valores e mentalidade inadequados presentes tanto em profissionais identificados com o sexo masculino como feminino.
As empresas também devem adotar ações diárias para garantir que essa mensagem seja compreendida e seguida por seus colaboradores, seja através do endomarketing, como também na condução de investigações céleres, profissionais e eficazes em casos de denúncias de assédio ou preconceitos.
Diante dos inúmeros casos de violência contra a mulher, inclusive em ambientes domésticos e públicos, a organização pode também oferecer suporte às vítimas através de facilitação de contato com especialistas psicólogos, advogados ou assistentes sociais, por exemplo, auxiliando as mulheres nos pedidos de socorro e no compartilhamento de seus medos. O empoderamento e suporte às profissionais no que tange à erradicação da violência contra a mulher é fundamental.
Assim, o Dia Internacional da Mulher deve iniciar uma força conjunta de empoderamento e combate ao preconceito, violência e desigualdade. Ainda que não seja uma responsabilidade exclusiva, a empresa é um agente de transformação cultural e social.
Antonio Carlos Hencsey/Psicólogo e sócio responsável pelas áreas de Cultura, Comportamento Ético e Education da Protiviti, consultoria global especializada em finanças, tecnologia, operações, governança, risco e auditoria interna
Quanto mais se fala em igualdade, mais se criam mecanismos que desigualam os sexos em direitos e obrigações, na maioria dos casos com vantagens ao sexo feminino, incompatíveis com o discurso corriqueiro de isonomia entre os sexos. As pessoas que abstratamente estejam em situação parecidas devem ser tratadas da mesma forma, independente do sexo, cor, raça, dentre outros, com a reprimenda estatal de maneira igualitária. Nesse sentido, não há razão na criação de leis que atendam a apenas uma condição da pessoa, excluindo as demais que, apesar de sofrerem o mesmo mal, não sofrem a mesma sanção por não se enquadrar no critério diferenciador (e, por que não, discriminatório) da Lei. Por exemplo, a famosa Lei Maria da Penha não abarca os homens que são vítimas de abusos familiares de suas esposas ou companheiras, mesmo que padeçam do mesmo sofrimento que as mulheres possam sofrer ( Sim! Homens também sofrem violência doméstica praticados por suas esposas, embora em um número menor, mas crescente a cada dia); então, pergunto-me, onde está a igualdade nisso? Não seria correto se a Lei fosse para todos, independentemente do sexo? Estou errado? Se é errado que um homem agrida uma mulher, o contrário não seria também errado? Ocorre que para além dessas discussões, o que de fato existe é uma tentativa infame, motivados por ideologias espúrias, de tentar desconstruir as características naturais dos sexos, ou seja, as características masculinas nos homens, e as características femininas nas mulheres, isto é, atributos como virilidade, agressividade, força e coragem só são bons e incentivados se estiverem presentes na mulher (Elas hoje são até incentivadas a se digladiarem nas rinhas do MMA, imagina só!); no homem é sinal de violência. No caso deles, atributos como sensibilidade, delicadeza, beleza estética são os adequados! Para as mulheres, nem pensar! demonstra fraqueza. A única igualdade possível entre homens e mulheres é aquela decorrente da lei, mas como já exemplificado, cada dia mais se tentam desigualá-los.