Os números atuais da evasão escolar em Petrolina não são nada tranquilizantes. Segundo o Censo Escolar 2017 e 2018, existem mais de 2 mil crianças e adolescentes, na faixa etária de 4 a 17 anos, fora das salas de aulas em escolas das redes municipal, particular e do Estado. Diante desse cenário, a prefeitura lançou, nesta quarta-feira (20), o Programa Busca Ativa Escolar, que atuará no enfrentamento da problemática.
Através da mobilização e engajamento de mais de 150 agentes e do uso de uma plataforma digital gratuita, que leva o mesmo nome, a gestão municipal está buscando mudar essa realidade. O trabalho vai possibilitar ao poder público identificar crianças e adolescentes fora da escola e acionar diferentes áreas para garantir que consigam se matricular e frequentar as aulas, contribuindo, assim, para atender ao que determina o Plano Nacional de Educação (metas 1, 2 e 3, estratégias 1.15, 2.5 e 3.9).
A iniciativa é totalmente intersetorial. A equipe é composta de um comitê gestor e um comitê de campo que, cadastrados na plataforma digital, enviarão alertas de crianças fora da escola para visita domiciliar e encaminhamento para rematrícula pela secretaria.
Durante o evento, realizado no auditório do Hotel do Grande Rio, foram destacados os parceiros do programa, apresentados dados locais da evasão escolar em Petrolina e feita a apresentação da plataforma que será utilizada pelos agentes. Na oportunidade, eles foram orientados sobre o papel e importância da Busca Ativa Escolar para o sucesso do programa. Participaram do encontro representantes das secretarias municipais de Educação, Saúde e Desenvolvimento Social, gestores escolares, Conselho Tutelar, Conselho da Mulher, Secretaria de Educação de Pernambuco – além de um representante local do Selo Unicef, entre outros.
Para a coordenadora do programa, Nara Itla Amando, o diálogo entre os diversos setores será um dos pilares para alcançar o objetivo. “O enfrentamento da exclusão escolar não deve ser responsabilidade apenas da equipe escolar. Precisamos unir forças e trabalhar de forma intersetorial para garantir o direito à educação pública de qualidade para milhares de estudantes da nossa cidade. A prefeitura está investindo na Educação e nosso papel é manter e ensinar os alunos”, destacou.
Possíveis barreiras
Histórico familiar, desigualdade social e desigualdade étnica, gravidez na adolescência, são algumas das barreiras indicadas por crianças e adolescentes para dar continuidade aos estudos. As informações foram repassadas pela assessoria da PMP.