Os tempos atuais para quem se dedica a lecionar não estão fáceis. E ninguém sabe o que o futuro nos espera. Pelo menos é essa a análise que o professor Thiago Jerônimo faz neste momento, em comparação ao passado.
Boa leitura:
Ser professor hoje.
Quando ingressei na carreira de docente, há 10 anos, sonhava com muitas realizações. Naquela época havia em mim muita energia e convicção sobre o que é ser professor. Abracei e amei tudo aquilo, sem nenhum constrangimento. Estar em sala de aula era um prazer.
Confesso que batia uma certa tristeza ao se aproximar o fim de semana e saber que não iria dar aula. Momentos bons, boas lembranças que carrego comigo. Juventude que foi somada aos sonhos. Uma bela combinação.
Mas como tudo passa e se transforma, percebo que mudei muito. Mudei porque foi necessário, o mundo mudou rápido e de forma estranha. Penso que estamos no centro do furacão. Certezas que não são tão verdades e convicções que estão abaladas pelo movimento que o mundo passa. Ser professor hoje exige muito mais do que conhecimento. Porque a informação, que antes era privilégio de poucos, hoje foi ventilada para todos (ou quase todos).
Meu desafio atual como docente é conseguir entender como encantar, ao invés de ensinar. Como ser atraente? Como seduzir um sujeito que está sendo bombardeado por imagens, sons, vozes e cores, a todo momento? Confesso que muitas vezes não consigo, e esse é meu pesar.
O que está por vir não sabemos. A única certeza que temos no atual cenário são as dúvidas que chegam até a nós, sem bater à porta. E assim, um certo estranhamento nos consome, nos constrangendo frente à metamorfose que está aí.
Thiago Jerônimo Pinto dos Santos/Mestre em Extensão Rural e Desenvolvimento Local-UFRPE/Professor de Sociologia do Estado de Pernambuco