Técnicos do Instituto de Gestão das Águas e Clima (INGÁ) estarão a partir de hoje (01) até dia 14 de março na região de Juazeiro para dar prosseguimento às visitas técnicas de mobilização social de Prefeituras e comunidades locais das áreas mais vulneráveis à desertificação em dez municípios: Canudos, Uauá, Curaçá, Juazeiro, Jaguari, Campo Formoso, Sobradinho, Sento Sé, Casa Nova e Remanso.
De acordo com a coordenadora da Unidade de Desertificação do INGÁ, Nilza Maria de Jesus, a mobilização social envolve discussões sobre desertificação, recuperação de ecossistemas degradados e convivência harmoniosa com o semiárido, além da ampliação do Grupo de Trabalho (GT) para discutir o tema, acompanhar e elaborar o PAE-BA. “A participação das comunidades locais é essencial para a identificação de áreas susceptíveis e para a construção e elaboração do diagnóstico socioambiental”, afirma.
A ação faz parte do projeto de Educação Ambiental e Mobilização Social para Preparação do Plano Estadual de Gestão do Semiárido baiano, que está inserido no Programa Estadual de Combate à Desertificação e Mitigação dos Efeitos da Seca para o Estado da Bahia (PAE-BA), que vem sendo desenvolvido pelo INGÁ desde 2007.
Dentre os objetivos do programa, está a preservação e conservação do solo, da água e da vegetação nativa, possibilitando o bem estar das comunidades envolvidas, promovendo a cidadania e favorecendo a melhoria da qualidade de vida.
“Só podemos mitigar, ou seja, diminuir os efeitos da desertificação com ações integradas e essas ações terão de ser definidas ouvindo a sociedade. Quem mais conhece o semi árido é quem vive no semi árido, e isso passa por considerar soluções como uso de aguadas, cacimbas, de saber como lidar com a chuva e de criar cadeias produtivas que fixem as pessoas no semi árido”, afirmou o diretor geral do INGÁ, Julio Rocha.
Mais uma vez eu insisto: Não adianta esse blábláblá de programas, de palestras, sem uma ação efetiva do estado. Nós somos herdeiros de uma cultura, infelizmente, que só cumpre os deveres com a força efetiva do Estado. Não adianta as instituições de pesquisa e desenvolvimento trabalharem sozinhas sem o auxílio da fiscalização. Para arrecadar impostos, o Estado coloca fiscais nos quatro cantos do país. Porém, para preservar o meio ambiente, deixa esse vácuo de fiscalização na Caatinga. Assim, os predadores da fauna e da flora caatingueira se sentem livres para agir. Tatus são caçados (vai se extinguir na região certamente) arribançãs são recolhidas de seus próprios pombais, os tamanduás michirras são consumidos às centenas em bares, as carvoarias se esbaldam de madeiras, os fornos das padarias consomem milhares de metros cúbicos de madeira, sem controle, tudo, simplesmente por um fato: Faltam fiscais do meio ambiente na Caatinga. Repito incansavelmente, colocaram a Amazônia como a bola da vez, por quê dá repercussão internacional e visibilidade política. A ex-ministra do Meio Ambiente é do Acre, da Amazônia, quantas vezes ela se preocupou com o bioma da Caatinga? Se houve preocupação foi pouca. Cabe aos parlamentares nordestinos, em especial os do semi-árido, pressionar o Governo Federal para que olhe com carinho para a Caatinga, pois dela depende as vidas de milhões de sertanejos. Para isso, não adianta blábláblás em salas de ar condicionado. É preciso jogar os fiscais no campo, ou melhor, na Caatinga, para que estes combatam de forma efetiva a dilapidação de um patrimônio natural que é genuinamente nosso. Aplaudimos os trabalhos da Embrapa, do INGÁ, de algumas ONgs, em prol da recuperação do bioma Caatinga, mas de nada adianta esses trabalhos se depois aparecer os bárbaros destruidores para desfazer todo o trabalho. E os bárbaros não respeitam a lei. Só fiscais berm preparados, com a ajuda da Polícia, com a determinação do Ministério Público e a vontade política dos nossos gestores, pode barrar esse furacão destruidor da nossa Caatinga, que são os gananciosos comerciantes de madeiras de forma ilegal e de animais silvestres, enfim, dilapidadores de um patrimônio que só existe no Semi-Árido brasileiro. Espero que o pedido de socorro da Caatinga seja atendido. Esse apartheid da natureza precisa acabar. Olham com carinho a Mata Atlântica, a Amazônia, o Cerrado, o Pantanal, os mangues e se esquecem da prima pobre da natureza brasileira: A Caatinga. Reforçando: Blábláblás não resolve nada. O home teimoso e ganancioso do século XXI só respeita o mundo sob a força do Estado.