No final da tarde desta segunda-feira (6) a Emissora Rural/A Voz do São Francisco (FM 103,1) surpreendeu seus ouvintes ao iniciar a fase experimental com uma programação musical. Neste período, os últimos ajustes serão feitos para a entrada na nova programação.
Com a migração para FM, a emissora deixou a frequência AM 730 e agora pode ser encontrada na FM 103,1. Com as mudanças, o alcance inicial será de 15.000 watts, e em breve pode chegar até 50.000 watts.
A rádio pioneira da cidade vai manter o trabalho de evangelização e acrescentar novidades no jornalismo e nos programas musicais. Grandes nomes da região estão na programação, entre eles: Carlos Britto, Tony Pires, Adailton Costa, Lu Dantas, Claudio Farias, Sibelle Fonseca, Wilson Duarte e muito mais.
“Estamos muito animados com todo o projeto e nesta fase experimental a opinião dos nossos ouvintes é de grande importância. Nas redes sociais já iniciamos o diálogo para saber como está sendo a recepção no rádio de cada um, se o sinal está realmente bom, alto ou baixo. Desta forma vamos ajustando para que a recepção seja a melhor possível”, explica o diretor da emissora, padre Givanildo José.
A nova programação vai ao ar nos próximos dias com uma nova concepção, sem deixar o foco de evangelizar, educar e informar.
Criada durante o bispado de Dom Antonio Campelo do Aragão, a Emissora foi responsável pelo programa de educação no campo, que funcionou corajosamente durante o período da ditadura militar.
O padre Pedro Mansueto de Lavor, menino de origem humilde, nascido em Serrita – que foi deputado estadual, deputado federal e senador da República, contrariando os interesses da oligarquia familiar dos Coelho, teve um papel fundamental na Emissora Rural, com o seu programa diário de opinião, “De Olho no Fato”.
Todo o Sertão Sanfranciscano, inclusive do terriitório bahiano, foi contemplado pela influência da Emissora Rural, que serviu de rádio-escola e rádio-laboratório e que sua programação chegara aos cinco continentes, mundo afora, atraves das Ondas Curtas. Cartas e mais cartas vindas do exterior davam conta dessa fantástica audiência.
Era a Rádio Clube de Pernambucao, no Recife, e a Rural, em Petrolina, além da Jornal do Commercio, “Falando para o Mundo”.
Trabalhei na Rural nos anos 80, na companhia de Juarez Farias, Farnézio Silva, Washington Luiz, meu amigo Carlos Augusto Amariz, Vinicius de Santana e outros valorosos companheiros, de quem guardo com grande carinho o fato de termos convivido naquela rádio que tinha como vigilante noturno a figura de João do Bode, que toda meia noite tinha a missão de gravar o “Redator Chefe” e “O Globo no ar”, da Rádio Globo do Rio de Janeiro, uma das fontes (rádio escuta) que utilizávamos nos nossos noticiosos, mesclando com o noticiário local e regional.
Nem se falava em Internet e até o telefone era difícil, mas os meninos da Rural, sob o controle técnico de Bob e Antonio Avelar, faziam um tremendo barulho com a equipe de futebol de Teones Batista.