A passagem dos 30 anos de partida do Rei do Baião Luiz Gonzaga, em 2 de agosto de 1989, ganhou uma série de homenagens principalmente em cidades do Nordeste, com shows de artistas e sanfoneiros que seguem as raízes do baião, do xote e do forró tradicional, programas de rádios especiais e reportagens em jornais e TVs. Em Salgueiro, no Sertão Central, o artista plástico Jaime Concerva recebeu a incumbência de moldar uma estátua do cantor e sanfoneiro, sob encomenda para um hotel da cidade, uma vez que a proprietária é uma das inúmeras fãs do artista.
Sendo assim, a obra feita de resina e outros materiais passa a ser a terceira na região. Outras estátuas estão expostas na cidade-natal de Gonzagão – Exu (PE), no Sertão do Araripe. Uma está instalada na entrada do Parque Asa Branca, e outra numa praça da cidade.
A proprietária do hotel, Mônica Cândida, explica que a encomenda tem um valor afetivo em relação ao artista que ela passou a ouvir na infância e carrega paixão pelas canções clássicas do artista e o som da sanfona. “Luiz Gonzaga não é só o rei do baião, é uma artista plural que deixou um grande legado para nossa música“, lembra a empreendedora.
O artista plástico Jaime Concerva, que levou cerca de um mês para dar ‘vida’ à obra de arte (com 1,80m) retratando o sanfoneiro, explica que é um trabalho que requer dedicação exclusiva e estudo sobre seus traços. “Há também um olhar expandido em relação à figura física do artista que além da música deixou para a memória dos fãs, elementos fortes e inseparáveis da personalidade como a sanfona, o chapéu de couro e o gibão“, diz o artista, que também confeccionou uma réplica gigante da taça durante a última Copa realizada no Brasil.
Ao final, a obra ganhou uma pintura de cor natural como se fosse argila, que caracteriza áreas do sertão, além do artesanato de barro queimado.
Trajetória
O cantor e compositor Luiz Gonzaga, em sua trajetória, tinha relações de amizade em Salgueiro, onde fez vários shows em praça pública e em casa de shows até o começo da década de 80, na época em que lançou o disco ‘Danado de bom’. No Nordeste, o autor de Asa Branca e Assum Preto – entre outros clássicos com vários parceiros letristas – é lembrado o ano inteiro em meios a festivais de sanfona e programas de rádio que tocam diariamente músicas de sua obra. Com a colaboração do jornalista Emanuel Andrade/para o Blog.