A escritora e psicóloga Raiza Figueredo autografa hoje, às 15h, na 3ª Bienal do Livro em Salgueiro (PE), no Sertão Central, seu primeiro livro do poemas, ‘O Coletor’, lançado pela editora Confraria do Vento e já apresentado também na Bienal do Livro de Pernambuco, no Recife. Os poemas abordam o processo de criação a partir de reflexões sobre a imaginação, o tempo, o cotidiano e a memória, e a relação com o eu.
Boa parte dos textos poéticos de O Coletor foi escrita no mesmo período em que a psicóloga estava mergulhada em doutorado na Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), conciliando estudos, aulas e pesquisas na área de psicologia da arte. Apaixonada por literatura desde a adolescência, Raiza adianta que o momento tem sido de mergulho em seus versos, mas há um impulso de cronista em sua veia literária que também se cruza com a poesia.
“Habitam em mim os sentimentos de escritora, professora, cientista, psicóloga e quem sabe mais algumas habilidade que pretendo desenvolver ainda. Eu preciso das palavras para estar no mundo”, diz ela, que também atua como arteterapeuta e vem desenvolvendo pesquisas no campo de psicologia da arte.
Consciente da passagem abrupta do tempo e do aprisionamento das pessoas no mundo digital, em uns dos poemas ela faz uma espécie de análise da contemporaneidade: “Os ancestrais carregavam raízes, pedras, animais mortos, vegetais, astrolábios e bússolas no oceano/Carrego amuletos, mapas, GPS, cartões de loteria da sorte, raspadinhas premiadas, papéis rasgados, blocos de anotações, azulejos em cacos, baús, livros de capas amareladas, carcomidas pelo tempo, cadernos mofados/ Ruínas, objetos de antiquários/Restos: matéria prima“.
Em outras versos ela também aprofunda suas inquietações sobre “os tempos velozes que estamos vivendo, e a forma como afetam nosso dia a dia e como a poesia presente no cotidiano, que muitas vezes passa despercebida“. Amanhã (sábado 23), nas mesma bienal, Raiza fará palestra, às 16h, sobre “a importância da criatividade e da imaginação na escrita“. Com a colaboração do jornalista Emanuel Andrade/para o Blog.
