Alunos de Ciências Biológicas da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), em Senhor do Bonfim, norte do Estado, desenterraram uma urna funerária com ossos indígenas, no povoado de Passagem Velha, zona rural da cidade. A operação de ‘salvamento’, comandada pela arqueóloga Cristiana Cerqueira, durou dois dias – sábado (18) e domingo (19) – e foi classificada como de caráter emergencial porque a Uneb identificou risco de vandalização do artefato.
A urna funerária, de tradição ceramista tupi-guarani, está agora no Laboratório de Arqueologia e Paleontologia (LAP) do DEDC VII da universidade, onde passará por análises. “Será feito peneiramento dos sedimentos, pois qualquer evidência de sementes, restos de ossos e fragmentos de carvão são indicativos da ocupação do grupo indígena, da vegetação predominante na época”, disse Cristiana Cerqueira.
Os carvões encontrados serão encaminhados para o Laboratório Beta Analytic, na Califórnia (EUA), para datação por carbono 14, visando à obtenção da idade exata dos achados. As urnas funerárias estavam presentes nas culturas indígenas brasileiras, no período pré-colonial (pré-histórico). Essas cerâmicas apresentam pinturas com várias tonalidades e tinham duas finalidades: o sepultamento primário – que preservava o corpo do morto – e o sepultamento secundário, usada para conter apenas ossos.