Com a questão dos direitos do povo afro mais uma vez na vitrine mundial, a vereadora de Petrolina Cristina Costa promoverá uma programação destinada a dar visibilidade às pautas das mulheres negras. Batizado de ‘Julho das Pretas’, o evento ocorrerá durante este mês com lives trazendo representantes do Movimento, de feministas e de associações de mulheres.
A programação virtual começará nesta segunda-feira (6), às 18h, com uma conversa sobre políticas públicas para as mulheres negras, com a socióloga e militante do Movimento Negro, Sônia Ribeiro. Além dela, Cristina ainda conversará com a coordenadora da Associação das Mulheres Rendeiras do José e Maria, em Petrolina, e licenciada em Letras, Márcia Alves, e a advogada sanitarista, feminista negra e Yabassé nagô, Vera Baroni.
O Julho das Pretas é uma referência ao Dia Internacional da Mulher Negra Afro Latina-americana e Caribenha, comemorado em 25 de julho. Segundo a vereadora, “é um espaço para discutirmos as peculiaridades que envolvem a vida das mulheres negras do nosso país e também da nossa cidade. Desejo que seja um espaço educativo que permita a voz e vez das mulheres negras”, pondera Costa.
Dia da Mulher Negra Latina e Caribenha
Em 1992, as mulheres negras – latinas e caribenhas – organizaram seu primeiro encontro em Santo Domingos, na República Dominicana, onde discutiram sobre machismo, racismo e formas de combatê-los. A partir dessa data surgiu uma rede de mulheres que permanece unida até hoje. Do encontro, nasceu também o Dia da Mulher Negra Latina e Caribenha, lembrado em todo 25 de julho, data que foi reconhecida pela Organização das Nações Unidas ainda em 1992.
No Brasil, a então presidente Dilma Rousseff transformou a data em comemoração nacional desde 2014, quando foi determinado que 25 de julho se tornaria o Dia Nacional de Tereza de Benguela e da Mulher Negra – em homenagem à líder quilombola que viveu no século XVIII e foi morta em uma emboscada. Esposa de José Piolho, Tereza se tornou rainha do quilombo do Quariterê, no Mato Grosso, quando o marido morreu, e acabou se mostrando uma líder nata: criou um parlamento local, organizou a produção de armas, a colheita e o plantio de alimentos e chefiou a fabricação de tecidos que eram vendidos nas vilas próximas.