Nesta sexta-feira (18), o Blog recebeu uma extensa carta aberta da Assembleia dos Residentes da Universidade Federal do Vale do São Francisco (Univasf) relatando diversos problemas enfrentados por eles durante residência no Hospital Universitário (HU) de Petrolina.
Em nota, o HU se pronunciou sobre o assunto, esclarecendo os pontos levantados pelos residentes, como no que diz respeito à Gerência de Ensino e Pesquisa (GEP). “Quanto ao respaldo da Gerência de Ensino e Pesquisa-GEP, informamos que é de responsabilidade da gerência coordenar quaisquer atividades de aprendizado ocorridas no âmbito do HU-Univasf. Conforme consta no regimento da GEP, citado na carta, cabe à referida instância ‘gerenciar e supervisionar as ações de ensino, pesquisa, extensão e inovação desenvolvidas dentro do Hospital Universitário HU-Univasf’ e ‘propor e coordenar mecanismos de comunicação e diálogo permanente com universidade e discentes, que resultem na adesão e respeito às práticas e procedimentos necessários à efetividade do processo de gestão do ensino e da pesquisa no HU-Univasf’”, diz um trecho da nota.
Sobre a falta de insumos básicos para atendimento, o HU esclarece “que, mesmo em um contexto extremamente desafiador vivenciado por todos, sobretudo pelas pessoas e instituições que atuam na linha de frente no combate à pandemia, informamos que, até o momento, não foi registrada indisponibilidade de luvas de procedimento ou máscaras de proteção no HU/Univasf”.
Confira a nota completa neste link.
A carta do hospital basicamente só confirma as denúncias apresentadas pelos residentes, de forma até autoritária. Quanto ao fato de ter sido usado luva “de padaria” no lugar de luva de procedimentos, isso foi publicado até aqui mesmo no Blog. Fontes internas informam que é verdade sim que cirurgias foram canceladas recentemente por falta de luvas. E bloquear procedimentos eletiivos para priorizar urgências soa bonito e necessário. Mas devia ser exceção, e está virando a regra no HU. Quanto àquele protocolo de Manchester e blá-blá-blá, é lindo no papel. Mas todo usuário do SUS sabe que muita gente é barrada ali na porta sem nem ver médico ou enfermeiro, inclusive com relatos de gente que foi morrer em casa após ser barrado na porta do HU. Se acham correto o que fazem na porta da Emergência, por que os funcionários têm medo de dar os nomes quando o atendimento é negado?
Com relação a falta de material pra trabalhar é verdade, estive lá com um parente e vi funcionários trabalhando com sacola de plástico na cabeça porque não tinha touca no hospital pra colocar. Também não tinha luva o suficiente os vi usando uma luva transparente de plástico, usada pra pintar cabelos, fora as vezes que deixavam o paciente o dia inteiro em jejum e depois cancelaram a cirurgia. Está um absurdo nesse hospital, falta de respeito com os pacientes, falta de respeito com os funcionários. Cadê o ministério público?