Com 3 deputados na Mesa Diretora e 4 na liderança de bancadas, Pernambuco terá protagonismo na Câmara Federal

por Carlos Britto // 06 de fevereiro de 2021 às 18:15

Foto/reprodução

Com o início da nova legislatura e a reorganização de espaços na Câmara dos Deputados, o estado de Pernambuco ganha um peso simbólico que não pode ser menosprezado no xadrez político. Na Mesa Diretora, três pernambucanos conquistaram as vagas de 1º secretário, com o deputado federal Luciano Bivar (PL); 2º vice-presidente, ocupado agora pelo deputado federal André de Paula (PSD); e a 2ª secretaria com a eleição da deputada federal Marília Arraes para o cargo. Há também quatro parlamentares do Estado que irão liderar as bancadas de seus partidos: Renildo Calheiros (PCdoB), Sebastião Oliveira (Avante), Wolney Queiroz (PDT) e Danilo Cabral (PSB), que já assumiu o posto um dia antes do acordado com o partido.

A vaga de vice-líder do governo do presidente Jair Bolsonaro (sem partido) também poderá ser ocupada por um pernambucano. A partir desta segunda-feira (8), a indicação do nome do deputado federal André Ferreira, que foi líder da bancada do PSC por dois anos, deverá ser oficializada. Para o cientista político e professor da Asces/Unita, Vanuccio Pimentel, a liderança de André Ferreira trará uma situação particular para Pernambuco, cujo objetivo poderá ser diminuir a rejeição do presidente para 2022.

Com o senador Fernando Bezerra Coelho (MDB), que é uma pessoa que já tem uma articulação política muito privilegiada com o governo, e que pode vir a ser substituído com a nova presidência da Casa para acomodar outros aliados, temos um espaço de interlocução muito privilegiado que não foi escolhido à toa pelo governo. Ele (Jair Bolsonaro) busca uma aproximação maior com o Nordeste, que é onde possui uma dificuldade do ponto de vista eleitoral“, avalia Pimentel.

O professor também rememora que não só Pernambuco, mas o Nordeste em si, sempre ocupou espaços de grande relevância no Congresso Nacional, até pelo tamanho da bancada representada na Câmara e no Senado. “No caso dos pernambucanos isso é interessante porque, desta vez, temos um peso maior na Mesa Diretora, além da liderança dos partidos. Isso representa uma coisa: capacidade de articulação“, frisou.

Governadores

Ainda de acordo com Vanuccio, essas negociações também são benéficas para os governadores. “Eles ganham parlamentares com espaço de influência junto ao governo e quando se ocupa um espaço na Mesa Diretora, há um controle sobre a agenda legislativa do presidente e, de certa forma, uma influência sobre ela“, comentou.

A cientista política e professora da Faculdade de Ciências Humanas de Olinda (Facho), Priscila Lapa, no entanto, faz algumas ponderações sobre estes cargos. No caso da Mesa Diretora, a docente explica que o ganho político é maior e isso não representa a liberação de mais recursos para determinado Estado ou região. “Estar na Mesa Diretora serve para dar destaque político simbólico e garantir a defesa de alguns interesses político-partidários, mas não necessariamente do Estado. É mais para garantir os interesses daquela bancada, daquela correlação de forças que o deputado representa“, afirmou. (Fonte: JC)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


Últimos Comentários