Conselho Regional de Educação Física fecha o cerco contra exercício ilegal da profissão no Sertão pernambucano

por Carlos Britto // 15 de maio de 2021 às 17:01

Foto: Blog do Carlos Britto

Representantes do Conselho Regional de Educação Física da 12ª Região (CREF12/PE) estão em Petrolina cumprindo a Operação ‘Carcará’. O objetivo é acompanhar de perto os profissionais da área, fiscalizando de forma orientativa, além de dar suporte às suas demandas.

Duas equipes de fiscalização se dividiram no Sertão do Estado para executar a tarefa. De acordo com Nillúzia Arruda, 1ª vice-presidente do CREF12/PE, até o momento 16 municípios receberam visitas do Conselho – totalizando 75 fiscalizações, 84 pessoas e seis escolas identificadas sem profissional de educação física, assim como 16 academias funcionando dessa mesma maneira. “Aqui em Petrolina nós tivemos duas academias interditadas pela Vigilância Sanitária por não estarem com profissional de educação física, e também apresentarem documentação vencida da academia e não terem profissionais registrados ou habilitados”, revelou.

Nillúzia informou que a entidade notificou 23 pessoas por exercício ilegal da profissão. “São números muito altos para uma profissão que já é regulamentada desde 1998. A gente sempre tem vindo à cidade e está identificando esse cenário”, lamentou.

Ela destacou que a questão “é muito grave”, porque a educação física está ligada à saúde. Justamente nesse momento de pandemia de Covid-19, quando as academias adotam protocolos rígidos de prevenção à doença e muita gente contrata personal trainers (profissionais da área com especialização) para não ter de sair de casa, há pessoas se passando por professores de educação física. Ela deixa claro que, pelo fato de a profissão já ser regulamentada, somente quem tem habilitação pode atuar, uma vez que precisa estar devidamente registrado.

Alerta

Nillúzia chama atenção nesse momento para os condomínios que permitem o acessos dos profissionais de educação física para realizar o treino de quem os contratou. “O ideal é que os responsáveis, os síndicos ou as empresas que fazem a gerências desses condomínios, procurem saber se essas pessoas são profissionais de educação física”, destacou. Segundo a representante do CREF12/PE, se houver um acidente com quem contratou o serviço, esse profissional responderá judicial e criminalmente. Ela chegou a lembrar de uma pessoa que sofreu um infarto fulminante num desses condomínios, enquanto realizava atividades com seu personal trainer. Mas como este, além de ser habilitado, fez avaliação dessa pessoa e a acompanhava com um cardiologista. Por este motivo, não foi responsabilizado.

Sobre a questão salarial dos profissionais, ela argumentou que o papel específico do CREF12/PE é de cumprir a lei de regulamentação da categoria, conforme diretriz do governo federal, não cabendo à entidade essa tarefa. No entanto, Nillúzia salientou que o Conselho tem procurado conscientizar a classe política para que possa intervir pelos profissionais da área. Uma das questões diz respeito, inclusive, à pandemia, já que a atividade não é considerada essencial pelo governo, nem os profissionais foram incluídos nos grupos prioritários da vacinação.

De qualquer maneira, a categoria no Sertão tem conseguido avanços nos últimos dois anos. De acordo com o Professor Romilson Wladson Gonçalves, que representa o Conselho na região, a burocracia para regulamentar os profissionais diminuiu sensivelmente. Antes, segundo ele, o tempo era de 60 dias; agora, caiu pela metade. Já Rebekka também ressaltou a importância das denúncias sobre falsos profissionais, que podem ser feitas pelo Instagram (@CRFE12PE), pelo e-mail (fiscalizacao@cref12.org.br) e pelos números (81) 9 8877-6678/3226-0996 (ambos atendem pelo WhatsApp). “Esse é um dever ético de qualquer cidadão”, pontuou.

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