Petrolina ganhou uma ferramenta a mais no combate ao Aedes aegypti – mosquito transmissor da dengue, zika e chicungunya. Na manhã desta segunda-feira (19) foi inaugurada na cidade a biofábrica do Método Wolbachia. A unidade é a primeira implantada no Nordeste e tem como objetivo viabilizar a liberação de mosquitos Aedes com a bactéria Wolbachia, que uma vez presente no mosquito, contribui para a redução dessas doenças. Estiveram presentes na solenidade de inauguração representantes da Fiocruz, Ministério da Saúde, VIII Geres, Secretaria Municipal de Saúde (SMS) e o vice-prefeito Simão Durando Filho.
A liberação dos Wolbitos faz parte da estratégia do Método Wolbachia, iniciativa do World Mosquito Program (WMP), conduzida no país pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), com apoio financeiro do Ministério da Saúde, e que utiliza a bactéria Wolbachia para o controle de arboviroses, doenças que são transmitidas por mosquitos. O método tem eficácia comprovada e não utiliza mosquitos transgênicos.
Para Jorge Costa, assessor da vice-presidência de Produção e Inovação em Saúde da Fiocruz, o projeto é de suma importância para a saúde pública. “O método Wolbachia foi trazido pela fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), em parceria com uma instituição australiana. Em todos os municípios que houve a dispensação dos mosquitos ou dos ovos, houve uma diminuição significativa dos indicadores de dengue e de arboviroses, como um todo. Petrolina está sendo a primeira cidade do Nordeste a experimentar na prática este método. Essa biofábrica, pra mim, é a representatividade perfeita do SUS, onde tem esforços tripartite, governo federal, estadual e municipal“, destacou.
A Wolbachia é um microrganismo intracelular presente em 60% dos insetos da natureza, mas que não estava presente no Aedes aegypti e foi introduzida por pesquisadores do WMP, iniciativa global sem fins lucrativos que trabalha para proteger a comunidade global das doenças transmitidas por mosquitos.
ACEs
O diretor de Vigilância Epidemiológica da Secretaria de Saúde, Acácio Andrade, frisou que as ações no município ocorrem com o apoio dos Agentes de Combate às Endemias (ACEs). “Este trabalho já está sendo desenvolvido junto aos Agentes de Endemias. Temos 12 profissionais atuando com a equipe da Wolbachia aqui em Petrolina. Estamos em campo fazendo as instalações e seguiremos assim pelas demais semanas. Os bairros escolhidos para as implantações, contam com casos confirmados de alguma doença ocasionada pelo Aedes aegypti “, concluiu Acácio.