O ex-deputado Odacy Amorim (PT) é um poço de mágoas. Ele se manteve fiel e calado na relação via de mão única que mantém com o PSB. Em uma conversa com este colunista, Odacy teceu duras críticas ao partido do governador Paulo Câmara e declarou que nunca teve nenhum apoio público ou de construção de candidatura feita pelo partido, apesar de tanto ele quanto a esposa, a deputada Dulcicleide Amorim (PT) fazerem parte da chapa da Frente Popular.

“Temos um respeito pelo PSB, porém, eles têm uma dívida para conosco. pois, nós sempre tivemos coerência com o partido, mas não tivemos o mesmo retorno. Até hoje o PSB nunca facilitou nenhuma eleição minha. Tive minha primeira eleição, para deputado, construída junto com Eduardo Campos e todo mundo sabia que eu, quando fui prefeito de Petrolina, tinha 82% de aprovação e mesmo assim me tomaram o partido e não me deixaram ser candidato. Em 2020 implorei para o Governo fizesse uma aliança forte no primeiro turno, pois iria fragilizar a disputa aqui, mas preferiram pegar um partido para fazer frente para enfraquecer um projeto”, diz.

Odacy destacou que tem construído sua candidatura a deputado federal para as próximas eleições e se pautando pela coerência, que segundo ele, é uma das características que o fazem ser votado no Sertão. “Sou apoiador do presidente Lula desde 1989 e, para a próxima eleição ele irá precisar de uma base no Congresso sólida. O que eu sou é correto. Se é pra apoiar, tem que apoiar.  Na eleição passada, por exemplo, vi muitos candidatos sequer colocarem o seu material casado com os apoios ao Governo. E a gente não. Fiz campanha para Jarbas Vasconcelos, candidato a  senador, sem ele sequer ter pisado aqui e nem te colocado nenhuma emenda para Petrolina”, ressalta.

Para as criticas não ficarem, somente ao PSB, o petista ainda virou a mira da metralhadora: “Tem gente que em Brasília apoia Bolsonaro e chega no Recife ou em Petrolina tira o boné do presidente. Isso é incoerência e falta de seriedade. Eu inclusive sei que tem gente que vota em mim, mesmo não votando no presidente Lula pois enxerga a nossa linha de coerência”, finalizou.

Não se alia a qualquer um

Após a ida de Marília Arraes para o Solidariedade, o presidente do PSOL em Recife, Juliano Medeiros lamentou a escolha da deputada.  O psolista argumentou que os pernambucanos perderam uma liderança que deixou as trincheiras da esquerda para se aliar a um partido que foi a favor do  “golpe contra a presidenta Dilma. O PSOL não se alia a qualquer um”, disse.

PSDB reforçado

A presidente do PSDB em Pernambuco e pré-candidata a governadora, Raquel Lyra, ainda comemora a filiação da delegada Patrícia Domingos, que nas últimas eleições à prefeitura do Recife obteve cerca de 112 mil votos e deve ser candidata a deputada estadual. O evento de filiação também foi marcado pelas chegadas da liderança de Mirandiba, município do Sertão Central, e pré-candidata a deputada federal, Ianny Carvalho e do professor Kenys Bonatti.