Fonte: Globoesporte.com
Para Rubens Barrichello, sua história na Fórmula 1 ainda não terminou. Pelo menos é o que o brasileiro pensa, e faz questão de deixar claro a todos com quem fala. Na última semana, o piloto viajou para a Inglaterra, mais especificamente para a sede da Honda em Brackley, para reunir-se com Ross Brawn e deixar claro que está disposto a ajudar a equipe a superar as dificuldades financeiras – e garantir, talvez, um lugar no time caso este seja comprado.
Em entrevista ao site Autosport, Rubinho descartou qualquer possibilidade de aposentadoria após a decisão da Honda de deixar a Fórmula 1, e reiterou, mais uma vez, que tem idade, velocidade e experiência para competir na categoria por mais alguns anos.
– Ainda não terminei minha história na Fórmula 1. Tenho certeza que posso terminar uma temporada entre os primeiros, e até mesmo ser campeão mundial. Acredito firmemente que é isso o que eu mereço. Seria uma pena não usar os serviços de alguém com tanta vontade de correr, com tanta experiência e velocidade. Essa é a hora certa – disse o brasileiro.
Brasileiro diz que pretende correr por mais três anos
Sobre a reunião com Ross Brawn, Barrichello garantiu que está se preparando para uma possível volta da equipe à Fórmula 1, caso ela seja comprada por algum grupo que pense em investir na categoria.
– Eu disse ao Ross que, hoje, não estou velho, mas tenho experiência. Estou muito entusiasmado. Falei que esta poderia ser a hora de dizer adeus e começar a reclamar contra as coisas ruins que fizeram comigo, mas não. Estou pronto para correr. Já perdi metade do peso que preciso perder até o início da temporada, e pretendo continuar treinando. Não quero assinar um contrato por apenas um ano, mas por mais dois ou três. Comecei minha carreira com pneus slick, e quero terminá-la correndo com pneus slick.
Barrichello lembra as vitórias nas disputas de kart em Santa Catarina, em novembro, para demonstrar que ainda pode ser competitivo em um carro de corridas.
– Não acho que tenha sido coincidência eu ter vencido duas corridas de kart no Brasil. Claro que o nível de competição é muito menor que o da Fórmula 1, mas mostra que eu ainda posso conquistar bons resultados. Posso usar minha concentração e minha velocidade para manter o foco no que é útil para ajudar uma equipe a disputar uma temporada. Vim à Inglaterra para mostrar meu apoio a todos, e para dizer que é preciso se pensar positivamente, para que algo positivo aconteça. Alguém vai comprar a equipe, e as coisas serão melhores do que foram nos dois últimos anos.
Para o brasileiro, as mudanças radicais no regulamento fazem que seja importante para uma equipe como a Honda opte por experiência, e não por juventude.
– Há duas formas de se analisar esse assunto. Primeiro, é preciso ser rápido. Se um piloto só tem experiência, e não tem velocidade, ele não conseguirá ser veloz. Esse é o principal. Logo, é melhor contratar alguém veloz e lhe dar experiência. Na minha opinião, eu tenho os dois. Basta ver se um jovem piloto pode dar conta do recado. Quando ouvi David Coulthard dizer que tinha decidido parar, vi que ele achava ter chegado ao fim da linha, que queria ir para casa. Eu não me vejo voltando para o Brasil ainda, porque ainda posso ser veloz. Voltarei um dia para o meu país, que o lugar que eu amo, mas não agora. Ainda posso correr.