O número de óbitos maternos registrado no Brasil em 2021 foi o maior em 22 anos, segundo dados levantados pela Fundação Abrinq. Ao todo, 2.857 grávidas e puérperas morreram no ano passado —uma média de 8 por dia. O crescimento superior a 45% na comparação com o ano anterior está relacionado, principalmente, com a Covid-19.
A entidade, que trabalha na defesa de direitos de crianças e adolescentes, agregou resultados dos Painéis de Monitoramento de Nascidos Vivos e Mortalidade Materna, do Ministério da Saúde, aos indicadores do Datasus (Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde). Os números de 2021 ainda estão sendo atualizados, portanto o levantamento é preliminar e leva em conta os dados inseridos nas plataformas até 3 de agosto.
A razão da mortalidade materna a cada 100 mil nascidos vivos também cresceu 49% no intervalo de um ano: saiu de 72 em 2020 para 107,4 óbitos a cada 100 mil nascidos vivos em 2021. Também um recorde. O primeiro ano da pandemia, 2020, já havia registrado aumento na razão de mortes maternas, alcançando valores idênticos aos registrados em 2009, quando o Brasil viveu o surto de Influenza H1N1.
As regiões Sudeste e Nordeste responderam por quase 62% das mortes maternas no ano passado —com 992 e 771 casos, respectivamente. Depois, vêm Norte (433), Sul (380) e Centro-Oeste (281), segundo a Fundação Abrinq. (Fonte: g1)