O debate desta quinta-feira (27) entre as candidatas ao governo de Pernambuco , Raquel Lyra (PSDB) e Marília Arraes (Solidariedade), foi marcado por críticas às trajetórias políticas, acusações sobre alianças locais e nacionais e troca de farpas. Em diversas ocasiões, as adversárias chamaram uma à outra de “mentirosa” e incluíram parentes na arenga.
No primeiro turno das eleições, Marília ficou em primeiro lugar, com 23,97% dos votos válidos, e Raquel, em segundo, com 20,58% dos votos válidos. A mais recente pesquisa Ipec, da terça-feira (25), aponta que Raquel Lyra lidera a disputa com 51% das intenções de voto, e Marília Arraes tem 42%.
O debate promovido pela TV Globo teve quatro blocos, sendo dois com temas livres e outros dois com temas determinados. As duas candidatas tiveram que administrar o tempo de fala de cada bloco para fazer perguntas, réplicas, tréplicas e outros questionamentos.
Paulo Câmara
Ao longo de todo o debate, as duas candidatas trouxeram para a pauta o governo Paulo Câmara (PSB), ambas fazendo questão de se desvencilhar de ligação com o atual gestor. Marília Arraes falou sobre o período em que Raquel Lyra foi aliada do governo; essa por sua vez, criticou a adversária por ter recebido apoio do PSB no segundo turno, acusando-a de ser a candidata da continuidade.
“Você acha que alguém que não faz parte do mesmo grupo político tem tanta gente da família empregada lá? A mulher do pai dela, que era gerente do Palácio. A irmã dela tinha alto cargo com Geraldo Julio, na prefeitura do Recife. O irmão até hoje é assessor da ilha de Fernando de Noronha. Olha, a manutenção do poder e a briga pelo poder não vai fazer com que Pernambuco, hoje, não consiga tomar a decisão que é da mudança de verdade“, disse Raquel.
“Pernambuco sabe o quanto eu combati e combato o governo Paulo Câmara. Aliás, sofri bastante. Diferente de você, que ajudou Paulo Câmara a ser colocado lá onde está hoje, que hoje é apoiada pela cúpula de Paulo Câmara. […] Entrem no Google e procurem Marília Arraes e Paulo Câmara. Vocês não vão ver nenhuma foto minha com ele. Nunca troquei cinco minutos de conversa com Paulo Câmara. Agora, da minha adversária, aí vocês vão ver um álbum de fotos“, afirmou Marília.
Lula x Bolsonaro
A disputa nacional pela Presidência da República também esteve presente durante todo o debate. A cada novo tema debatido, Marília Arraes cobrava posicionamento de Raquel Lyra sobre a eleição presidencial. “Quem diz que tanto faz está do lado do opressor, e está do lado de Bolsonaro“, disse. “Sua candidatura é a trincheira do bolsonarismo em Pernambuco“, afirmou, em outro momento.
A candidata Raquel Lyra reclamou da nacionalização da discussão. “Eu convido a todos, a senhora também, a acompanhar o debate nacional que vai acontecer amanhã entre o candidato Lula (PT) e o candidato Bolsonaro (PL), para que você possa fazer a sua escolha. É lá que vai se dar a discussão federal. Aqui, nós vamos fazer a discussão sobre Pernambuco“, disse.
Educação
No bloco sobre temas pré-determinados, a candidata Raquel Lyra questionou a adversária sobre como construiria novas vagas em creches e o que faria para evitar a evasão escolar.
Marília Arraes disse que precisa promover harmonia entre os entes federativos, buscar parcerias e que tem como meta ter no mínimo 50% das crianças nas creches. “Vamos enviar à Assembleia Legislativa projeto para redistribuir o ICMS, para que os municípios possam cumprir essa meta”, afirmou, acrescentando que pretende levar 60% dos alunos do ensino fundamental para o ensino integral.
Na sequência, a candidata do Solidariedade perguntou a Raquel Lyra sobre o que pretende fazer para valorizar os professores.
Raquel Lyra disse que vai criar 60 mil vagas em creches, afirmando que pretende construir as unidades nos municípios e mantê-las por um ano, para que os prefeitos possam gerir após esse período. “A gente vai avançar com a saúde dentro da creche, como a gente fez em Caruaru. Dentista, oculista, entrega de óculos, vacinação, qualificação profissional para a mãe, que agora vai poder sair para trabalhar, para que ela possa ter o seu trabalho”.
Mulheres
Um dos temas escolhidos por Marília Arraes foi política para as mulheres. A candidata iniciou a fala com críticas sobre a construção de uma maternidade em Caruaru, durante a gestão da adversária, questionando a lentidão na entrega da obra. Raquel Lyra afirmou que vai concluir a obra do Hospital da Mulher de Caruaru, além construir cinco novas maternidades no estado, com capacidade para 100 leitos cada uma.
“[Uma unidade] vai custar em torno de R$ 40 milhões, mais em torno de R$ 7 a 8 milhões para poder equipar. R$ 250 milhões. Não é algo que o estado de Pernambuco não possa fazer. É claro que a gente vai ter capacidade de buscar recursos do governo federal, de emendas parlamentares”, disse, acusando Marília Arraes de nunca ter destinado emendas parlamentares a Caruaru, como deputada federal.
A candidata questionou ainda a proposta de criação de Casas da Mulher Pernambucana, de Marília Arraes, e acusou a adversária de ser contra a construção de maternidades.
Marília Arraes disse que é “desonesto” afirmar que é contrária à construção de maternidades. “Eu não estou aqui para brincar com a esperança das pessoas, o que eu estou dizendo é que governar Pernambuco não tem receita de bolo”, disse. “Nós temos muitas maternidades em Pernambuco, nos municípios, que podem ser ampliadas, que podem ser preparadas para que aquelas crianças nasçam na sua cidade”, declarou.
Violência e segurança pública
No terceiro bloco, em meio a críticas às trajetórias políticas uma da outra, as duas candidatas falaram sobre combate à violência. O tema foi escolhido por Marília Arraes, primeira a ter a palavra nessa etapa do debate. Ela perguntou sobre o Pacto Pela Vida, política implementada no primeiro governo de Eduardo Campos, e Raquel Lyra respondeu que pretende criar um programa chamado Juntos Pela Segurança.
Raquel disse que vai investir em repressão qualificada e na prevenção social. “A repressão qualificada com investimento em inteligência, nas tropas operacionais da polícia, na Polícia Científica, garantindo concurso permanente para a Polícia Militar, recompletamento dos quadros da Polícia Civil, estruturação da Polícia Científica, e um trabalho num propósito só, que é fazer de Pernambuco um estado de mais paz. Prevenção social, garantir o cuidado das pessoas mais vulneráveis, estancar ciclos de violência“.
As duas candidatas também criticaram a gestão do governo Paulo Câmara à frente do Pacto Pela Vida, e Marília Arraes prometeu reestruturar o programa.
“Nós vamos mudar as metas e indicadores. Nós vamos integrar as polícias. Não dá para falar em combater a violência sem ter pulso firme. Vamos mudar a estrutura da SDS, porque eu considero que, para a gente cuidar da situação da insegurança em Pernambuco, não dá para a governadora estar delegando para um e para outro. O comando da Polícia Militar, a chefia da Polícia Civil, a Polícia Científica, vai despachar direto com a governadora“. (Fonte: g1-PE)
assistir o debate e raquel é muito mais preparada, enquanto marilia é só falácias, que so ataca…. que a cada 10 palavras 8 era bolsonaro… ali era um debate sobre o estado de pernambuco…trazendo inclusive o caso roberto jeferson, o que tem haver roberto jeferson sobre o debate de pernambuco… e foi o primeiro debate que assistir que a candidata marilia nao rspondia e dizia pra procurar na rede social dela que ela iria responder, diferente de raquel que respondia todas….