O último boletim InfoGripe, da Fiocruz, destaca que os casos de síndrome respiratória aguda grave, provocados por vírus respiratórios como o Influenza, o vírus sincicial respiratório (VSR) e o da Covid-19, continuam em alta na maior parte do país. O cenário levou diversos estados a voltarem a recomendar o uso de máscaras nos últimos meses, embora na grande maioria de forma não obrigatória. Em meio às festas e confraternizações de fim de ano, quem afinal, e quando, deve usar a proteção?
O vice-presidente da Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI), Alexandre Naime Barbosa, professor da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp), reforça que, em primeiro lugar, pessoas com sintomas respiratórios não devem frequentar ambientes públicos para não colocar outras pessoas em risco, mas, se não for possível evitar sair de casa, o uso da máscara é indispensável.
Além disso, destaca que, para grupos com maior risco de agravamento por infecções respiratórias, o uso do item é uma boa medida de proteção, especialmente em meio à alta de casos da Covid-19. Isso porque a maior parte do aumento das internações do tipo hoje ainda é atribuída à trajetória crescente de casos do novo coronavírus, que provoca hoje em média 33 mil novas infecções a cada dia – indicador que chegou a estar abaixo de 5 mil há dois meses.
“Esse impacto em formas graves é majoritariamente em três populações: os não vacinados, ou vacinados parcialmente; os extremos de idade, como idosos e bebês, e os imunossuprimidos. Nesse contexto, o uso de máscara fica recomendado principalmente para essas populações mais vulneráveis e para aqueles que têm contato com esses grupos” diz o professor da Unesp.
A nova onda é relacionada principalmente às novas subvariantes da Ômicron, como a BQ.1, que contam com maior potencial de reinfecção. Para Naime Barbosa, porém, o cenário não deve repetir momentos mais dramáticos da pandemia, como quando foram mais de 180 mil casos diários.
“Nós estamos vivendo um aumento importante da Covid-19. Não é algo parecido com o que aconteceu no passado, com ondas maiores, nem estamos vivendo um cenário de colapso do sistema de saúde ou de falta de leitos. Mas existe sim um aumento considerável dos casos que chama a atenção?” explica o infectologista.
Ele diz que nesse momento da pandemia é preciso fazer um “gerenciamento individual de risco”. Isto é, além de considerar se a pessoa faz parte de um grupo de risco, ou se estará em contato com alguém mais vulnerável, é preciso avaliar os espaços e a possibilidade de maior circulação do vírus, como ambientes com aglomeração e fechados. (Fonte: O Globo)