Pernambuco confirma terceira morte de paciente com Candida auris

por Carlos Britto // 19 de julho de 2023 às 19:31

Foto: Freepik

A Secretaria de Saúde de Pernambuco (SES-PE) informa que mais um paciente colonizado pelo superfungo Candida auris morreu no Hospital do Tricentenário, em Olinda, no Grande Recife. O óbito ocorreu na tarde da terça-feira (18).

A Candida auris é um fungo emergente que representa uma séria ameaça à saúde pública. Ele pode causar infecção de corrente sanguínea e outras infecções invasivas.

O paciente que foi a óbito tinha 77 anos. Segundo a SES-PE, o idoso estava colonizado por Candida auris, “mas a morte não foi relacionada ao fungo“.

A pasta acrescenta que o paciente foi internado inicialmente, em leito de enfermaria, com infecção de repetição no trato urinário. “O quadro foi agravado após um longo período de internamento, tendo como resultado o óbito, apesar dos esforços da equipe multidisciplinar do Hospital do Tricentenário.

É a terceira morte de paciente diagnosticado com o superfungo este ano em Pernambuco.

Em junho, a SES-PE já havia confirmado o óbito de um homem de 63 anos, que estava no Hospital Miguel Arraes (em Paulista, no Grande Recife). De acordo com a pasta, ele também faleceu em virtude das comorbidades associadas à internação, e não por causa do superfungo.

E no início deste mês de julho, a pasta confirmou a segunda morte. A vítima foi um homem de 69 anos que estava internado no Hospital do Tricentenário. Segundo garantiu a SES-PE, a morte também não teve como causa a Candida auris, e foi associada a comorbidades preexistentes.

Assim, a SES-PE salienta que Pernambuco não registrou nenhuma morte, até o momento, causada por Candida auris.

Candida auris

A Candida auris é um fungo emergente que representa uma séria ameaça à saúde pública. O superfungo Candida auris pode causar infecção de corrente sanguínea e outras infecções invasivas. Ele pode ser fatal, principalmente em pacientes imunodeprimidos ou com doenças crônicas.

O infectologista Danylo Palmeira, presidente da Sociedade Pernambucana de Infectologia (SPEI), explica que a Candida auris ocorre como infecção hospitalar. “Não há diagnóstico clínico baseado em sinais e sintomas de Candida auris“, diz.

As infecções por Candida auris, segundo Danylo, estão relacionadas ao uso de dispositivos chamados invasivos, como um cateter venoso central, uma sonda vesical e um ventilador mecânico. “São casos em que há um maior risco de ocorrência de infecção hospitalar, incluindo por Candida auris“, explica Danylo.

Ele frisa que o superfungo Candida auris se mantém facilmente nos hospitais onde há pacientes colonizados ou infectados. Ou seja, a Candida auris pode estar em superfícies ou equipamentos da unidade de saúde. Por isso, é muito difícil de ser erradicada.

Como pega a Candida auris

A transmissão do superfungo Candida auris ocorre em ambiente hospitalar, diretamente de equipamentos, superfícies e materiais de assistência ao paciente com Candida auris (como estetoscópios e termômetros, além de outros), mas nada impede que essa transmissão também aconteça pelas mãos dos profissionais de saúde. Por isso, a higienização das mãos precisa ser respeitada.

Quando tem alta da unidade de saúde, o paciente pode seguir para casa, já que é um superfungo de ambiente hospitalar (ocorre dentro de hospital).

O maior problema relacionado ao superfungo Candida auris, de acordo com o infectologista Filipe Prohaska, é que esse agente infeccioso é multirresistente a diversos medicamentos antifúngicos. Estudos apontam que até 90% dos isolados de Candida auris são resistentes às seguintes medicações: fluconazol, anfotericina B ou equinocandinas.

Outro motivo de preocupação é que a Candida auris pode permanecer viável por longos períodos no ambiente (semanas ou meses) e apresenta resistência a diversos desinfetantes, inclusive os que são à base de quaternário de amônio. (Fonte: JC Online)

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


Últimos Comentários