Governo dá drible na oposição e impede votação da LDO na Alepe

por Carlos Britto // 01 de setembro de 2023 às 13:26

Foto: Roberto Soares/Alepe arquivo

Deputados da Oposição e da bancada independente lamentaram a falta de quórum na Reunião Plenária dessa quinta (31/08) para a votação do Projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO). Era necessária a presença de 25 parlamentares, mas apenas 24 registraram frequência na sessão. Os representantes acusaram uma manobra do Governo Raquel Lyra para adiar a discussão da matéria.

Na última terça (29/08), o governo sofreu uma derrota ao ter o relatório final da LDO, de autoria da deputada governista Débora Almeida (PSDB), rejeitado pelo placar de 5 a 4 na Comissão de Finanças. Em alternativa, o colegiado aprovou um relatório elaborado pelo deputado Coronel Alberto Feitosa (PL), cuja principal diferença em relação ao primeiro diz respeito à execução das emendas parlamentares. Este é o documento que seria votado nesta quinta.

No Pequeno Expediente, o mesmo Coronel Alberto Feitosa criticou a manobra governista e qualificou a governadora como “intransigente”. De acordo com o deputado, a chefe do Executivo “não aceita que os parlamentares componham um Poder Legislativo”. “A governadora quer fazer de toda forma esse enfrentamento. E, ao esvaziar o Plenário, demonstra claramente que não tem condições políticas de dialogar com esta Casa, e vai adiar apenas uma derrota, porque ela não vai conseguir modificar o resultado”, afirmou. Para Feitosa, a governadora pode, em breve, ser submetida a um “desgastante processo de impedimento” (impeachment).

De acordo com a Constituição de Pernambuco, a LDO estabelece anualmente as metas e prioridades da administração pública estadual e orienta a elaboração da Lei Orçamentária Anual (LOA). Ainda segundo a Carta Magna, a LDO deve ser encaminhada para a sanção da governadora do Estado justamente até 31 de agosto. Em caso contrário, a pauta da Alepe fica trancada, ou seja, não pode haver a votação de outros projetos, como o pacote fiscal enviado nesta semana à Casa pelo Executivo.

Críticas

Líder da Oposição, a deputada Dani Portela (PSOL) fez coro às críticas e reforçou a autonomia e a independência constitucionais garantidas à Alepe. “Nossa tarefa é fazer a ponte entre a população de Pernambuco e o Poder Executivo. A proposição de emendas parlamentares fortalece esse trabalho, pois cada deputado conhece a realidade de seus territórios”, afirmou.

Antônio Coelho (UB) disse que as mudanças propostas na Comissão de Finanças foram fruto de uma mobilização suprapartidária. Uma das alterações destacadas pelo parlamentar fixa prazo para o pagamento das emendas de transferência eletrônica, as chamadas ‘emendas-pix’. O texto original previa a regulamentação prévia pelo governo. Outra mudança foi a determinação de compartilhar com os demais poderes a arrecadação além da receita estimada.

Não foi a ação de nenhum deputado individual. Foi de uma maioria da Comissão de Finanças, que trabalhou sob a retaguarda da consultoria técnico-legislativa desta Casa. Portanto, causou muita estranheza quando, na hora do parecer geral da Comissão de Finanças, cuja competência era da presidência, nós testemunhamos uma completa reversão do que havia sido feito de forma colegiada”, narrou. As informações são da Alepe.

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *


Últimos Comentários