Não resta dúvida que o prefeito de Petrolina, Simão Durando (UB), vai aprovar sem problemas o projeto da Lei Orçamentária Anual (LOA) 2024 e a revisão do Plano Plurianual (PPA) para os próximos quatro anos. Mas a audiência pública de ontem (24), que discutiu as matérias na sessão da Câmara Municipal, realizada provisoriamente na Fundação Nilo Coelho, deu um pequena mostra do que o gestor irá enfrentar no ano eleitoral que se avizinha.
Em suas explanações, os integrantes da bancada de oposição questionaram veementemente o orçamento de 2024, que está estimado em R$ 1.785.000.000,00. Essa estimativa foi, neste ano, de R$ 1,63 bilhão. Daí as cobranças em cima do que foi investido pela gestão municipal em 2023.
A secretária executiva de Orçamento da prefeitura, Girleide Custódio Rodrigues, tentou explicar da forma mais técnica possível, onde os recursos municipais foram aplicados, mas parece não ter convencido os adversários do prefeito. Líder da bancada oposicionista, Professor Gilmar Santos (PT) criticou o cenário de precariedade na saúde pública – acrescentando que, agora, Simão vai começar a fazer “politicagem” com a questão dos exames.
Outro oposicionista, Ronaldo Silva (PSDB), lamentou que Petrolina ainda se ressinta de políticas sociais, a exemplo de mais um Conselho Tutelar, enquanto o município foca milhões do orçamento com festejos juninos. Ele também frisou que Simão poderá remanejar 30% – o equivalente a R$ 510 milhões – sem pedir autorização à Casa Plínio Amorim. Até a estreante Lucinha Mota (PSDB) questionou a redução de 37% no orçamento, nos últimos dois anos (e também para o próximo) em relação às políticas públicas para mulheres.
Defesa
Coube à base do prefeito fazer a defesa da administração. Um dos que se posicionaram foi o Capitão Alencar, que elencou vários pontos positivos da gestão municipal, a exemplo dos avanços no Programa Nova Semente, que passou a ser inteiramente gratuito. Ele chegou a citar um dos seus colegas de Legislativo, que integram a oposição, reconhecendo que Simão “vem acertando”. Alencar também rebateu Ronaldo em relação ao remanejamento orçamentário, ao justificar que desde o presidente Lula, passando por governadores, todos remanejam recursos.
Líder governista na Casa, Diogo Hoffmann (PSC) focou em números da saúde e, principalmente, em abastecimento d’água, afirmando que a prefeitura “faz o que o governo do Estado deveria fazer”. Ele aproveitou para indagar, em tom irônico, se a atual governadora, Raquel Lyra (PSDB), ainda acha que Petrolina continua sendo “uma passagem” de Juazeiro (BA). E 2024 ainda nem chegou.
