A poetisa petrolinense, Arleide Carvalho, lança hoje (24) o seu livro de poemas “Primeiros versos”, durante um encontro literário no espaço Cultural da Vila Sônia, em São Paulo.
Sua estreia na literatura acontece simultaneamente virtual também em um momento de amadurecimento literário e intelectual pautado na sua trajetória de leitora e escritora em constante construção.
Arleide escreve desde a adolescência, mas sempre preferiu a própria criticidade e dos irmãos para colocar aos olhos dos leitores sua usina de produção. Ela é irmã dos poetas, Almir de Carvalho e Aldy Carvalho, também músico, cantador, cordelista e escritor.
Neste seu livro de estreia, a autora flerta com o modernismo fugindo dos padrões estabelecidos pela rigidez acadêmica. Ela voa por um mundo imaginário em seus textos soltos, heterométricos, versos brancos todos.
Uma pitada de Romantismo, porque não? Mas, o eu poético da autora fica mesmo no seu mundo bem mais íntimo, característica herdada talvez, da sua formação em psicologia. Conforme o cantador Aldy Carvalho, ao pontuar a produção da irmã, “o poeta se revela na poesia e é dela que se vale para compartilhar sentimentos, tornar evidentes incompletudes existenciais, apontar caminhos, subverter consensos e Arleide Carvalho chega assim, com a habilidade peculiar dos poetas para capturar a essência dos momentos.”
Na sua versatilidade poética, Arleide Carvalho não esconde o jogo e expressa toda a sua inventividade esparramada com a maturidade de quem sabe lutar com as palavras de uma língua tão complexa quanto a portuguesa. “Não me apego somente à ideia de inspiração, mas quando ela vem procuro corresponder ao radar da linguagem poética com cuidado de dizer o melhor possível com verdade e precisão”, diz a autora.
O romantismo nos versos da autora são rodeados de mistérios e vão fundo ao pé da letra, no contexto de seus pensamento e provavelmente de muitos leitores, como acontece no poema “Castas Almas”: “Castas almas… Nos delírios de sonhos frenéticos/perfumados de desejos, embriagados pelos soluços infindáveis dos beijos”. Já nos versos finais do poema “Porque passei”, ela dispara: “Não mais direi: Uma palavra de consolo. Nem cantarei as alegrias desse povo. Não mais verei o sol nascer de um novo dia, porque eu sei que já passei”.
Sertaneja que assim como os irmão nunca esqueceu as raízes de seu lugar de origem, a cidade e caatinga em Pernambuco, até o final do ano, a autora pretende autografar sua obra literária em Petrolina, sua cidade natal.
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