A tecnologia de RNA mensageiro (RNAm), que se destacou durante a pandemia da Covid-19, agora está sendo direcionada para uma nova batalha: o câncer. Especialistas preveem a primeira aprovação de uma vacina terapêutica contra tumores ainda nesta década.
As empresas farmacêuticas que obtiveram sucesso com o RNAm na pandemia já estavam trabalhando há anos no desenvolvimento de vacinas antitumorais. Agora, estão redirecionando seus esforços para combater o melanoma, tumor de pele agressivo, e também o câncer de pulmão, pâncreas e outros tipos.
No Brasil, a Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) retomou os estudos com RNAm para câncer de mama. A plataforma de RNAm permite a pesquisa e o desenvolvimento de uma ampla gama de vacinas e terapias, desde doenças infecciosas até doenças raras e oncologia. O objetivo é instruir o sistema imunológico a detectar e atacar as células cancerígenas, visando melhorar os resultados dos pacientes.
A Moderna, em parceria com a MSD, desenvolveu uma vacina avançada contra o melanoma, atualmente na última etapa dos testes clínicos. A vacina recebeu o status de ‘terapia inovadora’ pela FDA, nos Estados Unidos, após demonstrar redução significativa no risco de morte ou recorrência, e de morte ou metástase.
Outro laboratório líder nesse campo é o alemão BioNTech, que também está desenvolvendo vacinas avançadas contra o melanoma e o câncer de pulmão, além de outras aplicações para diversos tipos de câncer. Dados iniciais da dose contra o câncer de pâncreas, uma doença com baixa taxa de sobrevivência, mostram resultados promissores.
Expectativa
A expectativa é de que as vacinas contra o câncer se tornem realidade até 2030. No entanto, será necessário um esforço para torná-las acessíveis, especialmente em países como o Brasil, onde o acesso a novas terapias muitas vezes é restrito a determinadas populações. (Com informações do O Globo)