Policiais civis da Delegacia de Homicídios em Juazeiro (BA), juntamente com a Cati Norte, prenderam no final da tarde de ontem (28) uma mulher acusada pelo assassinato de dois funcionários de uma empresa de frutas na zona rural da cidade. Investigações atestaram que a acusada, esposa de uma das vítimas, queria se apropriar do patrimônio em comum do casal.
No dia 6 de outubro de 2023, durante o trabalho na empresa, Igor Jonatas dos Santos Silva sentiu-se mal após o almoço e foi encaminhado para a Unidade de Pronto Atendimento (UPA) em Juazeiro, mas acabou indo a óbito. Algumas horas depois, o outro funcionário, Marcos Vinícius Barbosa dos Santos, também começou a apresentar os mesmo sintomas e veio a falecer no dia seguinte.
As investigações sobre o fato foram iniciadas e ficou constatado que a comida era trazida de casa pelos funcionários, que a deixavam em um local fechado e só a retiravam na hora do almoço. Segundo testemunhas ouvidas à época, Igor sempre dividia a marmita com Marcos.
O depósito da marmita usada por Marcos foi apresentado na delegacia, mas o da marmita de Igor não. Funcionárias da empresa informaram que as mochilas contendo as marmitas foram entregues aos familiares, juntamente com os objetos que levaram para o trabalho, e depois solicitaram a devolução para apresentar na delegacia. Mas na bolsa entregue à acusada, esposa de Igor, não a polícia não localizou o depósito da marmita.
No local onde as vítimas trabalhavam, os funcionários não têm contato com agrotóxicos. Após perícia na marmita de Marcos e a autópsia no estômago das vítimas, constatou-se a presença de uma substância conhecida como Terbufos, matéria-prima do inseticida popularmente conhecido como chumbinho (que não era utilizado na fazenda).
Segundo a polícia, desde a acusada tentou, através de informações falsas, desviar o foco da investigação, apontando suspeitos ou factoides que foram investigados e nenhuma ligação com o fato foi comprovado. Ela também recebeu a marmita de Igor, mas não a apresentou à autoridade policial para evitar a perícia.
Dinheiro desviado
A polícia descobriu, durante a investigação, que Igor depositava dinheiro na conta da mulher para comprar um carro, mas o dinheiro foi desviado – fato comprovado através da análise bancária autorizada pela Justiça -, e a vítima estava cobrando esse dinheiro. O mandado de prisão temporária da mulher foi expedido pela Vara do Júri da Comarca de Juazeiro.