Coluna da Folha: Troca de farpas aquece clima político no Sertão do São Francisco

por Carlos Britto // 13 de junho de 2024 às 07:00

Fotos: Nilzete Brito/Ascom CMP

E não é que o recesso parlamentar de meio de ano na Câmara Municipal de Petrolina, no Sertão do São Francisco, começou a gerar polêmica antes mesmo de sua implementação? Na sessão plenária de terça-feira (11), o vereador Professor Gilmar Santos (PT), líder da bancada de oposição, criticou duramente a decisão do presidente da Mesa Diretora, Aero Cruz (MDB), de iniciar o recesso ainda nesta semana. Para Gilmar, a decisão da presidência “atinge frontalmente a dignidade da população de Petrolina”, que, segundo ele, precisa da atuação contínua dos vereadores diante dos inúmeros problemas da cidade.

Professor Gilmar embasou sua argumentação no fato de que o primeiro semestre legislativo de 2024 já havia começado com atraso. Com o recesso proposto por Aero, a Câmara ficará inativa por cerca de 50 dias, o que para o vereador significa um desrespeito ao Regimento Interno da Casa, que prevê sessões semanais até 30 de junho. Gilmar não poupou críticas e foi além: “Algumas sessões duraram apenas nove minutos, enquanto outras apenas seis”.

A resposta de Aero Cruz parece que já estava na ponta da língua e não demorou. O presidente da Mesa Diretora rebateu as críticas, acusando Gilmar de usar a tribuna como palanque político por falta de resultados concretos para mostrar à população.

Aero afirmou que suas decisões são fundamentadas no Regimento Interno e na Lei Orgânica, contando com o apoio da maioria dos vereadores. “Por que o vereador não reclamou do recesso parlamentar no ano em que não teve eleição?”, questionou Aero, sugerindo que as críticas de Gilmar têm motivação eleitoral.

Questionou

O presidente municipal do Partido Verde (PV), Arnaldo Tenório, provou que está bem de olho e levantou um ponto importante em suas redes sociais sobre a composição da Câmara Municipal de Arcoverde, no Sertão do Moxotó. Segundo Tenório, a Lei Orgânica Municipal, em seu Artigo 7, determina que a Casa deve ser composta por 13 vereadores. No entanto, atualmente, a Câmara conta com apenas 10 membros, o que ele considera “uma falha na representatividade da população”. Legislando em causa própria e já pensando em emplacar mais vereadores em sua legenda nestas eleições, Arnaldo argumentou que “aumentar o número de vereadores para 13 não traria custos adicionais, pois a verba já é destinada para esse número de cadeiras”. Para tentar movimentar a opinião popular, ele também destacou que “a configuração atual, com um número par de vereadores, leva a frequentes empates nas votações, o que dificulta a tomada de decisões importantes para o município”.

Pegando carona

Quem também pegou carona na visita da ministra Marina Silva foi Ivo Gomes (PSOL), pré-candidato à Prefeitura de Ouricuri, que participou da Missão Climática pela Caatinga de Enfrentamento à Desertificação e à Seca. O evento, realizado em Juazeiro (BA) e Petrolina (PE), contou com a presença de várias autoridades, incluindo Ibrahim Thiaw, da Convenção das Nações Unidas para o Combate à Desertificação. A missão incluiu visitas a áreas de recaatingamento e o lançamento do Movimento Nacional de Enfrentamento à Desertificação e às Secas. Resta saber, se assim como Marina Silva, os demais estão preocupados com a vulnerabilidade da Caatinga e a importância de iniciativas sustentáveis para enfrentar as mudanças climáticas ou se querem apenas sair bem na foto.

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