O Programa ‘Juntos pela Segurança’, do governo do Estado, voltou a gerar debates, nessa quinta (13), durante mais uma reunião plenária da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe). O novo levantamento do Ministério da Justiça, que mostra o Estado em terceiro lugar entre aqueles com maior número de homicídios, foi um prato cheio para os discursos da bancada de oposição na Casa.
O resultado do ranking nacional de mortes violentas intencionais no primeiro quadrimestre de 2024 foi compartilhado pelo deputado Coronel Alberto Feitosa (PL). De acordo com o parlamentar, 1.328 vidas foram perdidas em Pernambuco, que ficou atrás apenas da Bahia e do Rio de Janeiro no levantamento.
O parlamentar enfatizou que, em comparação com o Rio, que possui população muito superior à pernambucana, a diferença do número de homicídios é de apenas 50 ocorrências, o que demonstra a gravidade da situação. “Isso é um retrato fático de que o Juntos pela Segurança, lançado pelo governo, não está dando resultado. A governadora não olha para essa questão, como não olha para os homens e mulheres que fazem a Segurança Pública em nosso Estado”, criticou.
Para Feitosa, o resultado da discussão feita sobre o fim das faixas salariais não agradou os militares. Ele ainda registrou a segunda paralisação por 24 horas feita recentemente pela Polícia Civil. Em aparte, Diogo Moraes (PSB) lembrou o programa Pacto Pela Vida, que vigorou nas gestões dos ex-governadores Eduardo Campos e Paulo Câmara. De acordo com ele, a governadora pôs fim ao programa exitoso e anunciou um outro às pressas, sem saber como irá funcionar.
O socialista criticou ainda as condições de trabalho dos policiais, o funcionamento das delegacias no Interior e a ausência de efetivo suficiente da Polícia Militar (PM) em alguns municípios. Moraes citou o exemplo de Santa Cruz do Capibaribe, no Agreste Setentrional, onde só há cinco viaturas, com efetivo de cerca de 200 agentes. Por conta disso, segundo ele, o número de assaltos nas estradas da região está em alta.
Defesa
Também em aparte, o líder do Governo, Izaías Régis (PSDB), disse que a governadora Raquel Lyra também está preocupada com a violência, mas ainda não teve tempo suficiente para apresentar resultados. “Nós vimos quando Pernambuco registrou o maior índice de violência, com mais de 5 mil homicídios por ano, e não foi durante o governo de Raquel Lyra”, apontou. “A sociedade também precisa interferir e participar mais da vida das pessoas”, completou.
