Celeuma sobre possível mudança no nome e no formato da Missa do Vaqueiro deve mobilizar Governo de PE

por Antonio Carlos Miranda // 26 de junho de 2024 às 09:09

Foto: Alonso Laporte/divulgação

Não se fala em outra coisa no município de Serrita (PE), Sertão Central, após a polêmica envolvendo uma possível mudança na nomenclatura e no formato da tradicional Missa do Vaqueiro. O projeto de lei, de autoria do Poder Executivo, foi enviado à Câmara de Vereadores pelo prefeito Aleudo Benedito para ser votado na sessão plenária dessa terça (25), mas os planos do gestor acabaram frustrados. Pelo menos num primeiro momento.

O motivo foi o pedido de vistas – ou seja, um tempo maior para análise da matéria – feito pelo vereador Junior de Bal (MDB), o que levou o projeto a ser protelado. Como a casa legislativa entrou em recesso após a sessão de ontem, o projeto só voltará à votação na primeira semana de agosto ou se os vereadores forem convocados em sessão extraordinária.

O fato é que a proposta é mais um capítulo que colocou a Missa do Vaqueiro de Serrita no olho do furacão. No centro dessa polêmica estão o prefeito Aleudo e a Fundação João Câncio, que há mais de 50 anos cuidava de toda a organização da missa. Isso mudou na gestão do ex-governador Paulo Câmara, quando o prefeito conseguiu a cessão do Parque Estadual João Câncio (onde acontece anualmente a missa), para que o município o administrasse. No entanto, vendo o parque abandonado, a Fundação que leva o nome de um dos fundadores da missa passou a cobrar ações da prefeitura para manter a boa conservação do espalho, mas recebeu de Aleudo a justificativa de que a entidade “não tinha legitimidade” para pleitear tais cobranças.

Em 2023, a prefeitura alijou a Fundação João Câncio de organizar o evento. Diante do impasse, o vereador Isac Sampaio (PSD) apresentou um projeto de lei tornando a Fundação João Câncio a guardiã do parque e a principal responsável pela Missa do Vaqueiro. Aleudo vetou o projeto. Por sua vez, os vereadores derrubaram o veto, mas a matéria não foi promulgada pela presidência da casa legislativa. Para o vereador Saulo de Zé Pedro (MDB), o prefeito tentou jogar a população contra a Câmara Municipal com o intuito, na verdade, de mudar o formato da missa. Ele informou que o projeto de ontem, semelhante a um anterior enviado em 2022, teve apenas uma alteração: a retirada do artigo 3º, que tratava da privatização do evento.

Fundarpe

O embate motivou um posicionamento do presidente da Empresa de Turismo de Pernambuco (Empetur), Eduardo Loyo. Ele pretende se reunir com o prefeito, os vereadores e a diretoria da Fundação João Câncio para tentar chegar a um acordo. Ao Blog do Magno, Loyo disse que o Estado “não pode avalizar qualquer tentativa que passe pela mudança no nome e no formato do tradicional evento religioso”.

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