O combate ao crescimento do crime organizado no Brasil, especialmente no Nordeste, foi alvo de um seminário realizado na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) na última sexta (28/06). Coordenado pela Comissão de Segurança Pública da Câmara dos Deputados, o evento contou com o apoio do colegiado que trata do tema no parlamento pernambucano. Na ocasião, autoridades de todo o País expuseram números relacionados à violência e apresentaram propostas para coibir a prática criminosa.
Autor do requerimento para a realização do debate, o deputado federal Coronel Meira (PL-PE) explicou que o objetivo do encontro foi criar um ambiente para trocar experiências e fortalecer estratégias para a segurança, com a finalidade de dar mais tranquilidade à população. Para o parlamentar, é fundamental a integração entre as corporações e os demais órgãos para combater a criminalidade de forma articulada.
Conforme salientou Meira, o crime organizado foi gestado nos presídios brasileiros, por volta da década de 1970, e continua, ainda hoje, operando fortemente nesses espaços. Entretanto, de acordo com o parlamentar, sua ação não impacta somente a polícia penal, mas todas as forças policiais. Por isso, ele frisou a importância de união. “Nós temos que fazer o enfrentamento verdadeiro para saber que, no Brasil, existe segurança pública”, ressaltou.
O deputado federal Alberto Fraga (PL-DF), que é presidente do colegiado da Câmara dos Deputados, argumentou que a escolha de Pernambuco para sediar o primeiro de um total de cinco seminários se deu em virtude de o Estado estar em uma das regiões “mais violentas”. Segundo ele, “Nordeste e Norte são as áreas do País mais afetadas pelo crime e têm as maiores taxas de homicídios”. “Se não for nesse governo (federal), pelo menos no próximo, nós temos que ter sim uma revolução na parte da segurança pública. O povo não suporta mais”, argumentou.
Escalada
A Comissão de Segurança Pública da Alepe, o deputado Coronel Alberto Feitosa (PL) reconheceu que, de um modo geral, o País enfrenta uma escalada nos números da violência. Para ele, entretanto, o cenário é ainda mais evidente no Nordeste. De acordo com o parlamentar, recentemente, dados nacionais classificaram o Recife como a sexta capital mais violenta do país, com 44,5 homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes.
“O tráfico de drogas, que migrou fortemente para o nosso Nordeste, encontrou aqui um ambiente fértil, com polícias desaparelhadas, governadores ideologicamente comprometidos com a questão dos direitos humanos e pouca sinalização para as entidades policiais”, condenou. O deputado, ainda, fez duras críticas ao Governo Federal. “Não há um Ministério da Segurança Pública, não há falas de combate ao crime e não há valorização dos profissionais”, pontuou Feitosa, que, assim como os demais integrantes da mesa, foi homenageado com uma placa alusiva ao encontro.
Governos
As gestões federal e estadual também participaram do seminário. Pelo Ministério da Justiça e Segurança Pública, estiveram presentes o secretário Nacional de Políticas Penais, André Garcia, e o secretário Nacional de Segurança Pública, Mário Sarrubbo. Já a gestão pernambucana foi representada pelo secretário de Defesa Social, Alessandro Carvalho.
Além das autoridades mencionadas, o debate contou com as participações dos deputados estaduais de Pernambuco Abimael Santos (PL); Joel da Harpa (PL) e Eriberto Filho (PSB), e do Rio Grande do Norte Coronel Azevedo (PL). Também compareceram ao encontro os deputados federais Eriberto Medeiros (PSB-PE) e Sargento Gonçalves (PL-RN). Enviaram representantes as Polícias Civil, Rodoviária Federal e Penal; a Polícia Militar de Goiás (PMGO); a Associação de Guardas Civis Municipais de Pernambuco (AGCMPE), entre outras entidades. As informações são da Alepe.