A renegociação das dívidas dos Estados brasileiros, esperada para aliviar a situação financeira das unidades federativas, foi adiada para agosto. O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), planejava votar o tema antes do recesso parlamentar, mas não conseguiu consenso entre as lideranças partidárias. A votação está agora programada para a primeira semana de agosto.

Quatro Estados — São Paulo, Rio de Janeiro, Minas Gerais e Rio Grande do Sul — concentram 89,4% das dívidas com a União, totalizando R$ 683,9 bilhões dos R$ 764,9 bilhões. São Paulo lidera com R$ 280,8 bilhões, seguido por Rio de Janeiro (R$ 160 bilhões), Minas Gerais (R$ 147,9 bilhões) e Rio Grande do Sul (R$ 95,2 bilhões). O Tocantins tem a menor dívida, com R$ 622 milhões.

Recentemente, o presidente Lula (PT) suspendeu o pagamento das dívidas do Rio Grande do Sul com a União por três anos devido às enchentes, medida considerada insuficiente pelo governador Eduardo Leite (PSDB). Antes da tragédia, Estados já discutiam uma proposta de renegociação com o Ministério da Fazenda, liderado por Fernando Haddad. O projeto de lei complementar sobre o tema está no Senado e será votado em agosto. Governadores, incluindo Tarcísio de Freitas (Republicanos), de São Paulo, defendem mudanças nos parâmetros do indexador da dívida.

Os Estados do Sudeste acumulam 77,2% das dívidas, seguidos pelo Sul com 15,5%. Centro-Oeste e Nordeste representam 3,4% e 3,2%, respectivamente, e o Norte menos de 1% (0,7%).

Além dos Estados, 107 municípios possuem dívidas com a União, somando R$ 4,5 bilhões. As capitais devedoras são Rio de Janeiro (R$ 533,6 milhões), Cuiabá (R$ 43,4 milhões), João Pessoa (R$ 7 milhões) e Vitória (R$ 601,7 mil). São Paulo lidera com R$ 1,5 bilhão em dívidas municipais, enquanto Minas Gerais tem o maior número de cidades endividadas (30), seguido por São Paulo (27), Bahia (9) e Santa Catarina (9). (Fonte: Folha/PE)