Na contramão do país, PE registra queda de processos por posse de drogas para uso pessoal

por Carlos Britto // 26 de julho de 2024 às 17:50

Foto: Ascom TJPE/divulgação

De acordo com dados inéditos extraídos do DataJud, o painel de estatísticas do CNJ (Conselho Nacional de Justiça), Pernambuco registrou uma queda de 94,44% no número de novas ações na Justiça relacionadas à posse de drogas para consumo pessoal entre 2022 e 2023. Em contrapartida, o índice nacional aumentou em 12,45%.

O volume de processos novos nesse período sobre o assunto no Estado variou de 360 para 20 novos casos. Entre janeiro e abril de 2024, apenas 5 processos novos haviam surgido. Já a variação no Brasil entre 2022 e 2023 foi de 130.034 para 146.228. Em 2024, até o mês de abril, o volume já havia chegado em 44.228 novos processos.

O montante de ações diz respeito ao registro processual “Posse de Drogas para Consumo Pessoal”, referente ao código 5885. O CNJ também conta com o registro “Tráfico, posse ou uso de entorpecente ou substância de efeito similar” relacionado ao código 11.207. Em meio aos debates no STF (Supremo Tribunal Federal) e no Congresso Nacional sobre a melhor forma de diferenciar a posse do tráfico da maconha, o próprio sistema judicial também não faz a separação por completo ao catalogar as novas ações que surgem no Judiciário sobre as drogas.

O registro relacionado apenas à posse de drogas é o 7º tema penal no Brasil com o maior número de novos processos em 2023. Nesse ano em questão, o estado de Minas Gerais foi responsável pela maior fatia no país de novos casos registrados como posse de drogas. Trata-se de 45 mil processos dentro do universo de 146 mil em todo o país. E entre janeiro e abril de 2024, 13 mil novos casos já tinham sido registrados nos tribunais mineiros.

Tocantins

O Estado com a maior alta entre 2022 e 2023 no total de ações ingressadas é o de Tocantins, que saiu de 699 para 1.584 – uma variação de 126%. Entre janeiro e abril de 2024, o sistema judicial do estado já havia registrado 818 ações novas. O Piauí teve a maior alta percentual, de 600%, com a elevação de 90 para 630 novos casos de 2022 para 2023. Até abril de 2024, 428 processos sobre o assunto já haviam surgido.

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