Bolsonaro pressiona PL a não fazer alianças com partidos de esquerda

por Carlos Britto // 07 de agosto de 2024 às 13:32

Fotoarte: reprodução

O ex-presidente Jair Bolsonaro está pressionando o Partido Liberal (PL) a se isolar de candidatos que formem alianças com partidos de esquerda nas eleições municipais de 2024. Com o prazo para as convenções partidárias encerrado, a estratégia de Bolsonaro está forçando muitos candidatos do PL a enfrentarem a disputa sozinhos, sem coligações.

A polêmica em torno do assunto começou com a ex-primeira dama Michelle Bolsonaro, que anunciou ter criado um grupo só para receber denúncias de candidatos do PL que tenham fechado acordo com partidos de esquerda. Depois foi a vez do próprio ex-presidente se posicionar, e afirmar que não aceitaria que o partido dividisse palanque com esquerdistas. Com essa postura, o PL iniciou uma rigorosa vigilância sobre seus candidatos, ameaçando afastar aqueles que desobedecessem a determinação, e até apoiar seus adversários onde uma aliança fosse formada.

Até as eleições de 2018, a postura dos diretórios nacionais era de liberdade para que os partidos construíssem suas alianças nos Estados e municípios. Com a polarização no cenário nacional e o acirramento da disputa entre partidos de direita e esquerda, o controle sobre os candidatos por uma conduta mais alinhada aumentou.

Apesar da polêmica em torno da proibição, no Maranhão o PL e o PT se uniram e ainda receberam apoio de outras legendas, como PSDB, União Brasil e PRB. A mudança de comportamento se deve ao ingresso de Bolsonaro ao partido. Considerado o principal nome do PL, o ex-presidente se posiciona como linha dura contra a esquerda, e atualmente usa as eleições na Venezuela e o “apoio” velado do Governo Lula a Maduro.

Remanescentes

Mas nem sempre foi assim. Em 2020, PL e PT fizeram parte da mesma chapa em 385 cidades, e saíram vitoriosos em 213 municípios. Com a linha dura de Bolsonaro, muitas dessas alianças foram desfeitas, mas ainda hoje é possível encontrar municípios governados pelos dois partidos. Sobre a decisão de isolamento, quem vai dizer se foi ou não acertada é o eleitor, que tem até o dia 6 de outubro para decidir, e caso ocorra 2º turno, até o dia 27 de outubro.

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