Artigo do Leitor: “As ditaduras de esquerda, manipulação e poder”

por Carlos Britto // 12 de agosto de 2024 às 17:06

Foto: Divulgação

O cenário político internacional frequentemente nos proporciona reflexões profundas sobre a natureza dos regimes de governo e seus impactos na sociedade. Neste artigo, Ives Gandra da Silva Martins, renomado jurista e professor emérito, explora as características dos regimes ditatoriais de esquerda, com ênfase nos eventos recentes ocorridos na Venezuela. Gandra aborda a manipulação eleitoral, o fracasso econômico e as implicações de governos autoritários que ainda persistem em diversas partes do mundo. Sua análise nos convida a considerar as lições históricas e as consequências dessas práticas para as democracias que buscam se manter firmes diante de desafios cada vez maiores.

Confira o artigo na íntegra:

O recente episódio da farsa eleitoral venezuelana traz novamente à tona a discussão sobre dois aspectos essenciais desses regimes que ainda florescem no mundo e tentam se reerguer em países que lutam por permanecer como democracias.

A tragicomédia da Venezuela começou com a negativa da candidatura da opositora com mais condições de governar o país e o impedimento por “problemas operacionais” da máquina chavista, que não estava apta a receber a inscrição da segunda candidata dentro do prazo. Após o término do prazo, foi alegado que não poderiam receber o registro da candidatura.

Essa manobra não impediu que forças opositoras se unissem em torno de um diplomata. A apuração dos poucos votos auditados, com as respectivas atas, demonstrava sua vitória esmagadora, o que levou o governante títere a interromper o acesso da oposição à apuração. Mais uma das inúmeras formas que as ditaduras de esquerda encontram para se manter no poder.

Na ditadura cubana, para conquistar o poder, Fidel matou milhares de cubanos em paredões, instaurando a mais antiga ditadura das Américas. O Brasil, sob Lula e Dilma, financiou obras de elevado valor naquele país, dívida que jamais foi adimplida pelos ditadores da ilha caribenha.

Na União Soviética, em número de mortes, Stalin superou Fidel, elevando os assassinatos de seus opositores de milhares para dezenas de milhares. Putin, embora tenha reduzido o número de assassinatos, como ditador expansionista, travou uma guerra de conquista contra a Ucrânia, prendendo e eliminando aqueles que se opõem ao seu governo.

Ortega não fica atrás como ditador, eliminando ou prendendo adversários e mantendo uma cruel tirania sobre seu povo.

Por fim, a China, desde o massacre da Praça da Paz Celestial, tem sido mais discreta na eliminação de adversários. Aqueles que desaparecem, não se sabe se estão em algum lugar ou debaixo da terra.

Uma das características desses governos é o fracasso econômico, como se pode verificar na Venezuela, Cuba e Nicarágua, em virtude da corrupção reinante, do narcotráfico presente e da falta de compreensão das regras da economia de mercado, que permitiram que todos os países desenvolvidos não fossem de esquerda.

A Rússia se mantém graças ao apoio da China, por onde escoam suas mercadorias, em face das sanções econômicas que sofre pela guerra contra a Ucrânia. A China, uma ditadura de esquerda na política, por sua vez, adota o capitalismo selvagem, gerando impactos e protestos pelo mundo.

No Brasil, o presidente Lula, que em seus dois primeiros mandatos, foi pragmático. Neste terceiro tornou-se um ideológico de esquerda, mantendo relações de cordialidade e discreto apoio às cinco ditaduras. Alega interesses comerciais que, todavia, independem da exteriorização de simpatia. Em verdade, sua preferência, embora negue, é por tais regimes, o que fica claro em suas diversas manifestações, ora de admiração, ora de silêncios comprometedores ou tímidas manifestações de preocupação.

O certo é que a fraude eleitoral venezuelana desvendou para o mundo essa característica maior dos governos ditatoriais de esquerda: a mentira como forma de se manter no poder, levando até mesmo a OEA, países europeus e inúmeros países da América a considerarem fraudulento e inadmissível o “golpe” eleitoral de Maduro.

Termino este artigo com uma frase de Roberto Campos sobre as eleições nas ditaduras de esquerda: “Nestes governos não é necessário ganhar as eleições, mas sim ganhar as apurações.

Ives Gandra da Silva Martins/Jurista e Professor Emérito

Artigo do Leitor: “As ditaduras de esquerda, manipulação e poder”

  1. JOSE PEDRO QUIRINO disse:

    Pois é. O grande jurista parece que gosta de ditadura de direita de acordo com comentários de que estaria fazendo interpretações da Constituição brasileira para tal fim.

  2. Galdino disse:

    Texto totalmente manipulativo. Quem conhece Yves Gandra sabe que é um grande defensor do neoliberalismo radical, esse neoliberalismo filho da direita financiada pelo imperialismo americano e conluiada com algumas vertentes religiosas , que instaurou ditaduras militares por toda América Latina . Claro , existem ditaduras que se dizem de esquerda, mas o Dr Gandra não está preocupado em defender a verdade por completo , seu objetivo é o de sempre , aquele que nossa grande mídia marrom sabe fazer muito bem : esconder debaixo do tapete os erros dos amiguinhos ideológicos e condenar um lado si .Esse moço aí acabou com o pensamento da justiça do trabalho ao defender uma justiça patronal , aliada das grandes corporações e inimiga dos princípios fundamentais constitucionais

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