Uma reportagem publicada pela revista Veja nesse domingo (11) levanta suspeitas sobre o envolvimento do ministro da Casa Civil, Rui Costa, em investigações da Polícia Federal (PF) relacionadas à compra de 300 respiradores durante a pandemia. Os aparelhos, que foram pagos antecipadamente pelo Consórcio Nordeste, nunca foram entregues, resultando em um prejuízo de R$ 48 milhões para estados da região.
O empresário Cleber Isaac Ferraz, um dos alvos da PF, teria atuado como intermediário na transação e recebido uma quantia significativa para viabilizar a compra. De acordo com Cristiana Prestes Taddeo, empresária envolvida no caso e colaboradora da Justiça, Cleber afirmava agir em nome de Rui Costa, então presidente do Consórcio Nordeste, e mantinha contato próximo com o ministro e sua esposa, Aline Peixoto.
As investigações conduzidas pela subprocuradora Lindôra Araújo apontam para possíveis crimes como estelionato, fraude em licitação, tráfico de influência, lavagem de dinheiro e corrupção. Cristiana Taddeo, que foi presa por envolvimento no escândalo, afirmou que Cleber Isaac usava o nome “Doutor” para se referir a Rui Costa em suas comunicações.
O Tribunal de Contas da União (TCU) e o Ministério Público também investigam a responsabilidade do ex-ministro Carlos Gabas, ligado ao Consórcio Nordeste. Um laudo aponta um sobrepreço de até 318% na compra dos respiradores, que nunca foram entregues. Rui Costa e Carlos Gabas ainda não se manifestaram sobre as novas revelações. Em nota anterior, Rui Costa afirmou que foi ele quem solicitou a investigação e espera que os responsáveis sejam punidos pelos crimes cometidos. Cleber Isaac não foi encontrado para comentar o caso.