A Organização Mundial da Saúde (OMS) declarou o aumento de casos de mpox na República Democrática do Congo (RDC) e em outros países africanos como uma Emergência de Saúde Pública de Importância Internacional (ESPII). A decisão foi anunciada nessa quarta-feira (14), após a recomendação de um Comitê de Emergência do Regulamento Sanitário Internacional (RSI) da OMS, que analisou os dados e concluiu que a situação demanda uma resposta global coordenada.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, destacou a rápida propagação de um novo clado do vírus na RDC e em países vizinhos como Burundi, Quênia, Ruanda e Uganda, onde foram confirmados mais de 100 casos laboratorialmente no último mês. O surto é especialmente preocupante devido à transmissão sexual observada na nova cepa, batizada de clado 1b, que já causou mais de 15.600 infecções e 537 mortes em 2024.

A mpox, que é endêmica em países da África central e ocidental, vem registrando um aumento constante de casos na RDC ao longo da última década, agravado pela disseminação de novas cepas do vírus. Este é o segundo surto a ser declarado ESPII em dois anos, após um surto global em 2022, encerrado em maio de 2023.

Para conter o avanço do vírus, a OMS está acelerando a inclusão das vacinas mpox na lista de uso emergencial, o que permitirá a países de baixa renda acessar as vacinas mais rapidamente. Além disso, a OMS liberou 1,45 milhão de dólares do seu Fundo de Contingência para Emergências, mas estima que serão necessários 15 milhões de dólares adicionais para suportar as atividades de resposta e contenção do surto. O alerta surge em um momento crítico, pois, além dos riscos à saúde pública na África, a possibilidade de disseminação global é uma preocupação crescente. A OMS pede uma ação imediata e coordenada dos países para evitar que a situação se agrave e cause uma nova crise sanitária internacional. (Fonte: OPAS)