A retirada de Ricardo Alves (PSB) da corrida pela prefeitura de Saloá, no Agreste Meridional, a apenas 13 dias das eleições, expõe a influência do poder familiar sobre a decisão política na região. A pressão veio de dentro de casa, com seu pai, Manoel Alves, ex-deputado estadual, pedindo publicamente que o filho desistisse, a fim de preservar a união da família Alves, tradicional na política saloaense.
Manoel apelou para a longa história da família, que sempre se manteve unida no comando do município, e Ricardo acatou o pedido.
A saída do candidato, que já foi prefeito por dois mandatos, revela as tensões internas geradas pela candidatura em meio à reeleição de seu primo, Júnior de Rivaldo (MDB), atual prefeito. Embora Ricardo fosse um nome forte, a divisão familiar pesou mais do que a estratégia política, deixando o caminho livre para Júnior consolidar sua posição. Essa renúncia indica que, em Saloá, as alianças familiares continuam a ditar os rumos da política, mesmo quando o cenário eleitoral parece apontar para o contrário.
Com a renúncia ainda a ser formalizada, resta saber se o partido terá tempo de apresentar um substituto, ou se a disputa municipal será reduzida a um confronto menos acirrado. A movimentação tardia e inesperada traz incertezas ao cenário político de Saloá, mas também reafirma o peso das tradições familiares que, no Interior, continuam a definir os bastidores do poder.
Futuro incerto
A sucessão em Dormentes (PE) levanta uma questão inevitável: qual será o destino da oposição no município? Com Corrinha de Geomarco (PSB) praticamente aclamada como futura prefeita e sem adversários à vista, o grupo governista parece caminhar com tranquilidade. No entanto, o cenário pode mudar. Se a futura gestora falhar em manter o ritmo de trabalho da atual prefeita, Josimara Cavalcanti, a oposição poderá encontrar terreno fértil para articular seu retorno ao jogo político.
Saúde estratégica
A deputada Socorro Pimentel (UB) destinou emendas parlamentares que reforçam sua atuação no Sertão. O Hospital Regional Inácio de Sá, em Salgueiro, recebeu R$ 225 mil, enquanto o Hospital Regional Fernando Bezerra, em Ouricuri, aguarda o repasse de R$ 200 mil para melhorias estruturais.
Cassação
A Coligação “União Pelo Povo” acionou a Justiça Eleitoral contra o prefeito de Afogados da Ingazeira (Sertão do Pajeú), Sandrinho Palmeira, e seu vice, Daniel Valadares, por suposto abuso de poder econômico e político. A denúncia alega o uso de ônibus escolares para transporte de eleitores e a mobilização de servidores públicos em eventos de campanha. Segundo a ação, as práticas violam a legislação eleitoral, com provas apresentadas em fotos, vídeos e mensagens de WhatsApp. O pedido inclui a inelegibilidade dos candidatos por oito anos e a cassação de seus registros eleitorais.