A Polícia Civil da Bahia (PCBA) divulgou, nessa quarta-feira (25), um balanço das operações realizadas em 2024, que resultaram na desarticulação de 11 laboratórios de drogas e na apreensão de mais de seis toneladas de entorpecentes. As ações, conduzidas pelo Departamento Especializado de Investigação e Repressão ao Narcotráfico (Denarc), também resultaram na recuperação de R$ 2,4 milhões em ativos e na apreensão de 159 armas de fogo.
As investigações também revelaram que, atualmente, ao menos 24 facções criminosas atuam no território baiano, de acordo com a delegada-geral Heloísa Brito. As organizações estão ligadas ao tráfico de drogas e armamentos, muitas vezes em conexão com facções de outros Estados, como o Comando Vermelho (CV) e o Primeiro Comando da Capital (PCC). “Nos anos 2000, tínhamos poucas organizações, mas hoje, com a expansão das facções, estamos lidando com novas dinâmicas e alianças interestaduais”, destacou Heloísa.
Entre janeiro e agosto, o Denarc interceptou 292 encomendas de drogas nos Correios, durante a Operação Postagem, além de investigar mais de 170 denúncias e 900 linhas telefônicas. A operação, que contou com o apoio da Coordenação de Operações e Recursos Especiais (CORE), também revelou como as facções criminosas têm ampliado suas conexões além das fronteiras estaduais. A delegada-geral também ressaltou o foco da polícia em estrangular financeiramente as facções, intensificando o trabalho de investigação de lavagem de dinheiro e bloqueio de ativos. “Precisamos dificultar o acesso dessas organizações aos recursos financeiros que permitem a reposição de armas e sustentam suas atividades”, afirmou.
Outro ponto destacado foi a necessidade de modernização e investimento em tecnologia e inteligência policial para acompanhar a atuação dessas facções, que muitas vezes operam à distância, fora do Estado. Heloísa também comentou sobre o aumento dos crimes contra as mulheres e as ações de combate à violência doméstica, com a implementação de mais Núcleos Especiais de Atendimento à Mulher (Neams) e novas Delegacias Especializadas. A PCBA segue investigando, com atenção especial às conexões políticas das facções, e planeja um concurso com mais de mil vagas para 2025, reforçando a atuação da corporação no Estado. (Com informações do A Tarde e Jornal Correio)